por Jeferson Miola ------ A eleição está sendo roubada, fraudada e corrompida. Esta não é, definitivamente, uma eleição limpa e, tampouco, republicana e democrática.
Bolsonaro e as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas estão roubando a eleição com expedientes impressionantes de fraude, abusos, corrupção, terrorismo e compra de votos.
Com os bilhões de reais desviados do orçamento e outros aportes milionários de empresários criminosos, eles financiam toda sorte de abusos, métodos fascistas e práticas absolutamente ilegais e inconstitucionais.
A máquina do governo é usada descaradamente – e livremente, sem ser molestada pelo TSE, STF, PGR e instituições de fiscalização e controle – como comitê eleitoral.
As repartições públicas viraram quartéis-generais do alto comando fascista. O orçamento público foi convertido em agência bancária para práticas corruptas de clientelismo vulgar, distribuição de favores, aliciamento eleitoral e compra de votos.
Com os bilhões de reais desviados do orçamento e outros aportes milionários de empresários criminosos, eles financiam toda sorte de abusos, métodos fascistas e práticas absolutamente ilegais e inconstitucionais.
Charlatães religiosos viajam para todos os cantos do país em aviões da FAB para fazerem pregações antipetistas, atacarem Lula e propagarem mentiras e ódio religioso.
A campanha do Bolsonaro trasladou os conteúdos infames e criminosos que veiculam no esgoto das redes sociais para a superfície da “vida convencional”, ou seja, para os programas eleitorais na rádio e na TV.
O TSE concedeu à campanha do Bolsonaro 14 direitos de resposta de 30 segundos, ao passo que concedeu 184 direitos de resposta à campanha de Lula – ou seja, 13 vezes mais! Isso prova que o crime compensa. A campanha bolsonarista contabilizou que a eficácia dos crimes contra a honra e a reputação do Lula compensa a concessão de direitos de resposta.
A constatação do ministro Alexandre Moraes acerca do “desastre das fake news” [19/10] evidencia que as instituições e a democracia não estão preparadas para enfrentar as estratégias do fascismo na eleição. E mostra, também, a potência criminosa da campanha fascista-bolsonarista.
Bolsonaro e o partido dos generais distraíram o distinto público e desviavam a atenção com a ladainha das urnas. Enquanto isso, em paralelo, iam estruturando a mais poderosa máquina de corrupção, abuso, terrorismo e fraude eleitoral da história. Eles agora aumentam o suspense e a chantagem. Prometem apresentar o tal resultado da auditoria da votação do primeiro turno somente depois do segundo turno. Um deboche de arruaceiros.
Na realidade, esta não é exatamente uma eleição, mas uma guerra titânica do Bolsonaro e dos comandos militares contra a democracia.
O fascismo se joga numa guerra de tudo ou nada; numa guerra de vida ou morte, na qual eles entregam a vida para continuarem e aprofundarem a contrarrevolução fascista em um ambiente autoritário, de desdemocratização avançada e terminal.
Eles promovem – simultaneamente e combinadamente – várias guerras contra a democracia: guerra religiosa, cultural, moral, cibernética, midiática, informacional, psicológica, econômica. Nesta guerra híbrida, empregam armas poderosas, sofisticadas e eficazes.
Como as instituições estão intimidadas pela ameaça militar, a chapa militar Bolsonaro/Braga Netto não foi e não será cassada, como corresponderia em democracias funcionais. E, no gozo da impunidade criminosa, continuará praticando toda sorte de crimes e ilegalidades.
Restam 10 longos e intermináveis dias de campanha, tempo suficiente para Bolsonaro e os militares aterrorizarem e barbarizarem ainda mais a eleição com o objetivo de fraudarem o resultado final.
Diante de uma eleição está sendo roubada, fraudada e corrompida, é preciso radicalizar o combate aos métodos destrutivos e ilegais da campanha bolsonarista. É preciso reagir imediatamente.
Além de multar infratores, retirar do ar a propaganda ilegal e conceder direitos de resposta ao Lula, as justiças eleitoral e criminal precisam adotar medidas mais duras e drásticas.
É preciso levar à prisão os criminosos contumazes. Conhece-se a identidade de muitos deles, é fácil encontrá-los. Além de empresários, políticos, financiadores e militantes, vários agentes fascistas operam o crime a partir do Palácio do Planalto.
Para proteger a democracia e deter o avanço fascista, é preciso adotar remédios drásticos. Por isso, e considerando [i] a falência autodeclarada das instituições diante da manipulação criminosa via plataformas sociais pelo fascismo e [ii] a leniência [remunerada e rentabilizada] das empresas digitais com as práticas criminosas, é preciso se discutir, urgentemente, restrições de funcionamento das redes sociais nestes dias finais da eleição.
Urge que algo seja feito. Não se trata só de roubo e fraude da eleição mais importante das nossas vidas, mas de um golpe de morte na democracia para dar lugar a um regime fascista totalitário.