por Abel Marques -------- Ontem tomei um carro de aplicativo no centro de Curitiba. Para minha surpresa, o motorista me chamou de "irmão" e começou a falar no idioma evangélico. Como estava de bom humor, dei corda ao infeliz e passei a ideia de que apoiava seus pensamentos medievais. Em pouco tempo ele passou a falar do projeto de uma certa igreja evangélica e seus 7 pilares de atuação na sociedade, tentando influir em todos os setores estratégicos para dominar politicamente - em nome de Deus - a cidade, o estado e o país.
Enquanto ouvia suas revelações fantasiosas, diversas vezes ele disse que estava cumprindo um chamado de Deus, e que Deus havia falado com ele. Tive vontade de perguntar se ele estava em cima de uma goiabeira, mas desisti, para ver até onde iria aquele discurso.
O semáforo fechou e ele atendeu ao telefone. Colocou no viva-voz e do outro lado um pastor falava que tinha tido uma revelação enquanto orava. Que Deus havia dito a ele para todos orarem pelas escolas públicas e particulares porque satanás estava fazendo uma campanha nas escolas para dominar os pensamentos das crianças. O motorista falou ao pastor que também faria orações para salvar nossas crianças. Em seguida o motorista me mostrou um aplicativo no celular onde havia o passo-a-passo para dominar as sociedades onde os fiéis atuavam. E sentenciou afirmando que os evangélicos daquele igreja não aceitarão a derrota de Bolsonaro, e que podem recorrer às armas com o apoio dos militares seguidores do atual presidente.
Entenderam a estratégia? Trata-se do trabalho de Steve Bannon para promover levantes e conflagrar países que não se submetem a governos extremistas da direita ideológica. Essa estratégia foi adotada em diversos países árabes.
O ovo da serpente está em gestação. O terrorismo cristão está sendo construído neste momento em nosso país. E suas consequencias serão terríveis. Como disse uma vez o grande líder Leonel Brizola, "no dia em que os crentes dominarem a política o Brasil irá ao fundo do poço, e eles matarão em nome de Deus".
Nos países árabes presenciamos a ação dos extremistas que se diziam Estado Islâmico, mas que na realidade foram estruturados a partir da CIA e Mossad. Homens bestializados, mercenários, picaretas em busca de dinheiro, fama e poder usando o nome de Deus. Ficaram famosos por cometer as maiores atrocidades que o mundo já viu.