Edmar Camata — Foto: Divulgação/Secont-ES ----
Publicado por Moisés Mendes ---- Quem sugeriu ou indicou o nome de Edmar Camata para a direção da Polícia Rodoviária Federal, se o sujeito é um lavajatista declarado e defendeu a prisão de Lula?
Essa é a questão a ser resolvida. Quem provocou o constrangimento, que expõe descontroles na montagem de um governo que será bombardeado por todos os lados?
Não foi uma barbeiragem do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino. Foi de quem, antes de Flávio Dino, deveria ter dito: peraí, esse cara, não.
Dino é maranhense, e o policial que assumiria o cargo é do Espírito Santo. Não se conhecem. O polícia é o atual secretário de Controle e Transparência do Estado. É um quadro sem expressão nacional.
O governador reeleito do Estado é Renato Casagrande, do PSB, o partido de Dino. Alguém de dentro do governo deve ter assoprado o nome de Camata. O próprio governador?
E não apareceu ninguém para, antes do anúncio de que o policial seria o novo diretor, alertar o futuro ministro sobre o mico?
Não se trata apenas de acolher um lavajatista, com várias manifestações pró-Moro e Dallagnol. É pior. O sujeito aplaudiu a prisão de Lula.
Nenhuma estrutura de Estado foi tão descaradamente utilizada em ações planejadas da tentativa de golpe quanto a Polícia Rodoviária Federal. Nem as Forças Armadas.
E o cara estaria (espera-se que não esteja) comandando a PRF que Bolsonaro pretendia transformar na sua polícia política, num arremedo do que são os carabineros no Chile.
Bolsonaro aparelhou a PRF para que trabalhasse para ele, com atuação acintosa, com bloqueios de estradas no Nordeste, no dia da eleição. E antes a PRF já havia realizado outras intervenções arbitrárias fora das estradas.
E agora o lavajatismo iria aparelhar a organização no governo de Lula?
Quem enfiou Flávio Dino, a figura mais forte e mais exposta do futuro governo de Lula até agora, nessa fria? O que mais virá por aí?
Sempre lembrando que, na manhã de terça-feira, as esquerdas foram iludidas pela notícia de que Páris Borges Barbosa, policial trans, humanista e antifascista, poderia ser a nova diretora da Polícia Rodoviária Federal.
Seria uma escolha de impacto para uma organização que vinha assumindo a cara da extrema direita.
A possível indicação de Páris era mesmo uma ilusão. Ao entardecer, veio o abalo com a notícia de que um lavajatista seria o diretor da PRF.
Seria, porque não poderá ser. De jeito nenhum.