O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante anúncio de ministros no CCBB Brasília. 09/12/2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) ----
"Temos um trimestre para anunciar as medidas para recolocar a economia no rumo certo. A gente vai precisar apontar um horizonte", afirmou o ministro da Fazenda ---- 247 - Em entrevista à TV 247, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o primeiro trimestre de 2023 é “vital” para mudar o curso da economia brasileira atual, pois será nesse período que sua equipe trabalhará para elaborar e apresentar medidas para corrigir o que foi feito em 2022 e “recolocar o país nos trilhos”.
“Temos um trimestre para anunciar as medidas necessárias para recolocar a economia brasileira no rumo certo. E a partir de abril, com as comissões instaladas na Câmara e no Senado, podemos endereçar as mudanças estruturais que o Brasil precisa”, introduziu Haddad.
O ministro ressaltou que tal período será usado para estruturar as medidas que serão apresentadas ao Congresso após as definições das mesas, comissões, presidentes e relatores do Legislativo: “a gente vai precisar de um trimestre para apontar um horizonte de saneamento do que foi feito no ano passado. Enquanto o Congresso toma posse, tem Senado, tem Câmara, tem composição das mesas, das comissões, os presidentes das comissões, relatores dos projetos estruturais. Isso tudo vai consumir fevereiro/março”
“Eu gostaria de a partir de abril, mais para o final do mês, começar a discutir com o Congresso a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal que, do meu ponto de vista, podem e devem andar juntos. Acho que esse é um bom planejamento, atende a urgência do momento”, acrescentou.
Sobre a cobrança da dívida ativa, composta pelo crédito tributário que o governo tem a receber, Haddad afirmou que “essa é uma das ações prioritárias, porque foi desmantelado o sistema de cobrança da dívida ativa da forma como eu imagino que deveria ser”. “Nós tivemos várias medidas absurdas que foram tomadas e que prejudicaram muito a capacidade do Estado de fazer valer o seu poder no que diz respeito a isso. Então nós estamos muito preocupados”.
“Já levamos ao presidente Lula que essa agenda estará no nosso plano de voo. O primeiro trimestre é vital para a gente mudar o curso da economia atual. Nós estamos desacelerando, a desconfiança voltou pela tragédia de 2022, a maior taxa de juros do mundo, uma projeção de déficit absurda em função da farra eleitoral. Se a gente recolocar isso no trilho, essas coisas vão melhorar, e uma das ações é justamente uma gestão da dívida ativa reformulada. A dívida ativa vem sendo muito mal gerenciada. Não só a dívida ativa. Tem uma parte dos créditos tributários que nós perdemos por falta de técnica, e eu selecionei os melhores técnicos para a gente recompor a base fiscal que foi perdida ao longo dos anos”, concluiu.
Assista: https://youtu.be/YxoEsy4RjKI?t=3733