Sinta o peso, canalha. Da lágrima desesperada, da morte generalizada, da asfixia coletiva.
Sinta o peso, verme. Do cilindro de oxigênio que não chegou, do socorro que se perdeu, da porta que não se abriu.
Sinta a carga, seu escroto. Suporte a gravidade do que é horrendo. A fome do desvalido, o desempregado atônito, a dúvida do ingênuo.
Sinta o fardo, covarde. Da lama da miséria, dos sonhos perdidos. Você e seus apoiadores. Sua família pérfida e sádica. Você e seus vira-latas babões, com os galardões pingando sangue.
Sinta o peso, seu monstro. Do medo da criança que ficou órfã. Do rosto trágico do filho que enterrou o pai. Da mão solitária do pai que chorou em silêncio e abandono o próprio fim.
Sinta esse peso, genocida. Desse ódio que arde por você.
De um país em chamas, de uma nação atordoada, da pilha de cadáveres sobre sua cama. A natureza virando cinzas.
Sinta o peso, pessoa odiosa. Do morticínio na tua saliva, do fedor dos teus passos.
Sinta o peso, cretino. Que sei que ainda não sente. O peso da generosidade que você interditou, da dignidade que nunca alcançarás. Você, pastor de lunáticos e perversos. Sinta o peso da tua missa de morte.
Tu que não sentes, mas que sentirá em breve, seu inumano. Que nessas coisas a posteridade não falha. Logo, logo, a carroça da história vai tombar sobre ti e sobre os teus. E não terás onde te esconder de tua ignomínia. Não terás refúgio, nem na tua própria morte.
Sinta o peso, Bolsonaro!
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(Texto de autoria de Felipe Araújo)