O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto
Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil ------
Publicado por Kaique Moraes - DCM ------ Desde 1º de janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse para seu terceiro mandato, mais de 1.200 servidores foram demitidos. A maioria dos exonerados estava em cargos comissionados no antigo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os funcionários foram dispensados pelo Ministério da Casa Civil, comandando pelo ex-governador baiano Rui Costa. Entre os dispensados, ao menos 155 são militares e entraram como parte da estratégia de remoção de “bolsonaristas raiz” do governo.
Com base nas edições publicadas em janeiro do Diário Oficial da União (DOU), os militares exonerados ocupavam postos da inteligência na Presidência da República, na vice-presidência e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Outras secretárias também tiveram demissões na lista.
No dia 3 de janeiro, o ministro da Casa Civil assinou a exoneração de 1.204 servidores do “miolo da pirâmide de cargos no Brasil”, segundo disse o próprio ministro. Por ora, todos os cargos em ministérios e na administração pública já foram preenchidos.
As exonerações foram intensificadas no meio militar após as invasões terroristas em Brasília (DF), que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Além dos 155 militares dispensados do governo, o ex-comandante general Júlio César de Arruda, foi exonerado no dia 21 de janeiro.
A maior parte dos agentes demitidos eram do GSI e da Secretaria de Administração da Presidência, (SEDAP), entidade ligada à Secretaria de Governo do Brasil (Segov). Os militares conseguiram seus postos durante a gestão de Bolsonaro e se tornaram alvos suspeitos pela falha na segurança do Palácio do Planalto, a sede da Presidência, durante os atos bolsonaristas.
Segundo o jornalista Vinícius Nunes, do UOL, o governo tem usado de várias estratégias para identificar os funcionários comissionados por Bolsonaro e dispensar os “bolsonaristas raiz”. Os petistas negam qualquer tipo de perseguição e justificam: a mudança natural de comissionados entre um governo e outro. Nenhum bolsonarista suspeito será mantido no governo.
Até então, havia uma grande expectativa de “desmilitarização” das duas áreas, porém, Lula já nomeou outros 133 homens das Forças Armadas para assumirem os postos vagos no GSI, na Presidência e na Vice-Presidência. Por exemplo, entre eles, o general Ricardo José Nigri para o posto de secretário-executivo do GSI, o número 2 da pasta.