Celso Amorim, Lula, Putin e Zelensky (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Valentyn Ogirenko | Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS | José Cruz/Agência Brasil) ---- Assessor especial do presidente Lula, o embaixador disse que é natural que a posição brasileira não agrade completamente quem apoia Rússia ou Ucrânia ---
247 – O embaixador Celso Amorim, que foi chanceler e hoje é assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, em entrevista ao Bom Dia 247, que o Brasil adota uma posição de neutralidade no conflito entre Rússia e Ucrânia e é um país autenticamente interessado na paz. "O Brasil condena a invasão do território de um país soberano. Não podemos concordar com o uso da força sem o apoio da ONU. O Brasil quer a paz, e isso passa pela negociação", disse ele. "Precisamos de ar fresco na discussão sobre a Ucrânia, com novos atores", acrescentou, ao defender a ideia proposta pelo presidente, de criação de um foro com novos neutros no conflito.
Na entrevista, Amorim também falou sobre a viagem de Lula a Washington neste mês e disse que os Estados Unidos são um parceiro importante, que exercem grande influência na região. "O apoio da comunidade internacional foi muito importante para sustentar a vitória do presidente Lula", disse Amorim, que falou também sobre o papel do Brasil no novo cenário geopolítico e sobre a defesa da Amazônia. "O Brasil pode aceitar cooperação internacional, mas sem abrir mão da soberania sobre a Amazônia. Cooperação internacional não é renúncia à soberania", disse ele. Ex-ministro da Defesa, ele também disse que as Forças Armadas não podem ser identificadas com o bolsonarismo e afirmou que o futuro da democracia estava em jogo nas eleições presidenciais no Brasil.