Blog do Esmael Morais ---- Os jornalões da velha mídia estão jogando a toalha sobre a privatização do setor energético, a exemplo do Estadão, que culpa o governo federal por enterrar a venda de ativos estaduais por questionar judicialmente a venda da Eletrobras. Além disso, a pá de cal nas privatizações foi o pedido da Light, no Rio, para recuperação judicial devido uma dívida de R$ 11 bilhões.
O processo de privatização da Eletrobras pode afetar outras estatais, como a Sabesp, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda a liminar permitindo o voto proporcional, lamenta o Estadão. A decisão do governo federal de buscar o STF para rever a regra que limita o poder de voto na Eletrobras (ELET3) aumentou a percepção de risco dos investidores não apenas na ex-estatal, mas também em outras empresas do setor elétrico e de serviços públicos, em particular aquelas com perspectiva de privatização à vista, como Copel (CPLE6), Cemig (CMIG4) e Sabesp (SBSP3), diz o jornalão, atribuindo o texto a especialistas.
De acordo com o Estadão, as privatizações subiram no telhado e as ações da Eletrobrás caíram 1,71% a ON e 1,74% a PNB, enquanto Copel ON perdeu até mais, 2%, Cemig PN baixou 0,25%, na contramão do principal índice da Bolsa, o Ibovespa, que subiu 0,85%. “Se houver liminar, Copel e Sabesp estão em xeque”, declar o jornalão paulistano, novamente atribuindo a fala a um profissional oculto do mercado que acompanhou de perto a privatização da Eletrobras.
A ação do governo pode afetar outras privatizações, e o processo da Copel pode perder atratividade considerando o precedente com a maior empresa elétrica do Brasil, segundo o advogado André Edelstein, sócio do escritório Edelstein Advogados. O Estadão afirma que a privatização do setor elétrico é fundamental para o investimento maciço que o setor demanda, e a segurança jurídica é o que permite a atração perene e contínua de investimentos, alertou Gustavo de Marchi, consultor da FGV Energia e vice-presidente da comissão de energia da OAB.
No entanto, no mundo real, consumidores residenciais e empresariais veem a privatização do setor energético como um salto no escuro. Além do risco de apagão, devido à incapacidade de investimento do setor privado na produção de energia, as tarifas abusivas também assustam os brasileiros com esse processo de venda das companhias estatais. Por isso, é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que acontecer a privatização Copel.