Os grandes veículos de comunicação do Ocidente estão babando de alegria ao noticiar um possível rompimento entre o Grupo PMC Wagner e o governo Putin. O motivo do rompimento seria desavenças entre o líder do grupo, Yevgeny Prigozhin e o presidente Vladimir Putin, que o teria acusado de traição.
A mídia ocidental divulga várias versões fantasiosas, entre as quais que haveria coluna dos Wagner em Rostov onde haveria tiroteio, com abate de helicóptero etc.
A operação militar russa para desnazificar a Ucrânia tem tido êxito em todas as frentes. O governo ucraniano - ou o que resta dele - não consegue recuperar 1 centímetro de território ocupado por separtistas e russos, embora anuncie há vários meses uma contra ofensiva que tem falhado diariamente.
A propalada crise entre o Grupo PMC Wagner é abstração ou estratégia de marketing do governo russo.
O roteiro já é conhecido. Semanas atrás, na decisiva batalha de Bakhmut, o líder dos Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi à imprensa reclamar que o Exército russo não estaria fornecendo armamento suficiente aos combatentes, e que eles deveriam se retirar de Bakhmut. A isca foi lançada e os incompetentes militares ucranianos - o que sobrou deles - morderam a isca com satisfação. Imaginando uma retirada dos combatentes do Grupo Wagner de Bakhmut, deslocaram tropas para ocupar a cidade que teria sido abandonada pelo russos e seus músicos (como são chamados os Wagner). E ao adentrarem à cidade, foram pegos numa emboscada. Os combatentes russos e separatistas estavam entrincheirados esperando a vinda dos ucranianos e seus mercenários estrangeiros. Foram dizimados e a cidade foi definitivamente ocupada pelos russos.
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Do Arte da Guerra - Telegram
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Tudo completamente incerto sobre a situação na Rússia por enquanto. ---
Nas linhas de contato com a Ucrânia, tudo continua como se nada tivesse acontecido. Os russos continuam os avanços normais perto de Kremina, bem como em Marinka e Avdeevka e continuam trabalhando contra tentativas de ataque ucraniano em Zaporizhia.
Em resposta aos eventos internos na Rússia, o Zelensky afirmou que lançará uma grande contraofensiva nas linhas russas. Mas não há, por enquanto, qualquer conexão entre o que está acontecendo na Rússia e qualquer evento na zona da operação especial militar.
O Grupo Wagner tem 25 mil homens, mas não dá para ter certeza se todos acompanharam Prigozhin para Rostov e Voronezh, porque as imagens de bloqueios wagneritas mostram poucos homens e veículos. Por enquanto não há confirmação de qualquer confronto entre os wagneristas e as forças oficiais, exceto por um incidente com um helicóptero, sobre o qual não há muita clareza.
Evidentemente, ninguém quer disparar contra ninguém. O Grupo Wagner é muito pequeno e não teria condições de enfrentar as Forças Armadas russas. Por outro lado, ele é mais experiente que as outras unidades russas, excetuando o Akhmat.
Simultaneamente, Putin galvanizou e consolidou o consenso popular e institucional ao redor de si mesmo. Todos os governadores, os maiores partidos, as unidades militares (inclusive milícias e outros PMCs) declararam apoio e lealdade a Putin. Isso significa que não vai haver guerra civil.
Se houvesse tentativa de golpe, ela só pode triunfar se as outras unidades militares simplesmente se recusarem a disparar contra o Grupo Wagner. E aí seria golpe contra quem? Putin? Difícil.
De resto, Prigozhin é apenas o CEO do Grupo Wagner, ele é um porta-voz/empresário, com os comandantes militares do Wagner respondendo não a ele. A depender do que estiver acontecendo, o Grupo Wagner pode simplesmente mudar de nome e receber outro CEO, com o Prigozhin sendo preso (e solto em alguns anos, ninguém vai lembrar), ou as forças Wagner podem ser simplesmente internalizadas na estrutura formal da Rússia ou fragmentadas entre outras unidades.
O que se pode dizer com certeza é que os conflitos sobre os quais temos comentado há meses dentro do Estado Russo certamente serão resolvidos em breve, concentrando e unificando mais as estruturas de poder.
Por enquanto, portanto, só é possível observar e aguardar. Esses eventos começaram já há quase 16 horas e ainda não há definição clara de nada.
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Ps: TEM MUUITA FAKENEWS ROLANDO. Cuidado.