Fonte: A Copel é Nossa -----
Semanas atrás quatro centrais sindicais do Paraná, representando mais 519 sindicatos de trabalhadores rurais e urbanos, estiveram reunidos com representantes da Frente Popular em Defesa da COPEL Pública, a FDCP.
O objetivo foi planejar a realização de sete audiências públicas nas várias regiões do Paraná, destinadas a informar e a impedir, a tentativa do governo estadual de vender o controle acionário da maior companhia do estado do Paraná, que lucra 5 bilhões por ano desde 2019. A primeira delas, a ser realizada na quinta feira desta semana, dia primeiro de junho, será em Francisco Beltrão, na região sudoeste do Estado.
Para Anderson Teixeira, vice-presidente da FORÇA SINDICAL do Paraná com 70 sindicatos filiados entre eles o poderoso sindicato dos metalúrgicos de Curitiba, que é coordenador da FDCP, a venda do controle da COPEL não tem o menor sentido, pois a empresa é extremamente lucrativa e presta excelentes serviços aos seus consumidores.
“Está na cara que a intenção dessa venda é aumentar a tarifa, algo que não apenas vai sacrificar a vida das famílias trabalhadoras, mas também as empresas, aumentando seu segundo maior custo de produção e diminuindo a sua competitividade frente a empresas de outros estados. Isso vai aumentar o preço dos alimentos, a inflação e provocando desemprego. É lamentável que o governo estadual não apresente nenhum motivo razoável para essa venda. Isso dá a entender que o objetivo é favorecer grupos financeiros de outros estados, interessados em adquirir o controle da COPEL para poder aumentar as tarifas. Foi isso que aconteceu onde as empresas públicas de energia foram vendidas a grupos que não tem compromisso com o desenvolvimento local, mas apenas com o lucro a qualquer preço”, afirmou Anderson Teixeira, vice-presidente da FORÇA SINDICAL e presidente do sindicato de motoristas e cobradores da capital do estado.
Concordando com Anderson Teixeira, Ivo Pugnaloni, presidente do movimento em defesa da soberania nacional, representando a Frente em Defesa da COPEL, afirmou que “O Governo do Paraná, em suas milionárias campanhas de marketing político, afirma que nosso estado está hoje no quarto lugar quanto ao PIB. Mas esquece de dizer que isso só ocorre graças à COPEL que cobra a segunda mais barata tarifa industrial e residencial do Brasil. Isso não é nenhum milagre, mas devido ao fato de que a nossa COPEL possui o segundo maior parque de geração hidrelétrica do país, com 6.995 megawatts instalados frente a 7.000 MW da parte brasileira da Itaipu Binacional. E a todas as hidrelétricas da COPEL estão praticamente pagas, tendo seus financiamentos já amortizados. O governo estadual não conta a ninguém que se vender a COPEL as tarifas irão explodir, podendo chegar a 147% de aumento como é a nossa diferença hoje com a LIGHT do Rio de Janeiro. Falando sinceramente, se eu fosse presidente de uma entidade patronal, eu estaria muito interessado em saber quais as consequências dessa estranha venda sem razão palpável. Independente do apoio político e material que pudesse ter dado ao candidato Ratinho”.
Márcio Killer, presidente da Central Única dos Trabalhadores, CUT do Paraná, que conta com 180 sindicatos filiados disse que “Há cinco anos o lucro anual da COPEL é de cinco bilhões de reais todo ano. Nunca a COPEL deu prejuízo e ganha prêmios todos os anos por seu atendimento aos consumidores. É inadmissível que alguém, em sã consciência, queira vender o controle acionário de uma empresa assim, por apenas quatro e meio bilhões. Muito menos do que o lucro anual!”,
Márcio vai mais além e disse que “Essa venda imoral, não tem justificativa legal nem fática. Por isso a anulação dessas irregularidades é líquida e certa. As coisas estão mudando no Judiciário, mas graças à pressão da sociedade e das categorias de trabalhadores e empresários. Até eles, os empresários, e muitos já deixaram a posição confortável de aceitar tudo que o governo estadual faz e procurado entender melhor aquilo que realmente prejudica suas empresas. Como os juros bancários, vinculados à taxa SELIC e a inflação, muito ligada ao valor das tarifas de energia e ao custo dos derivados do petróleo. Nossos sindicatos não vão ficar sem saber o que está acontecendo e o governador Ratinho não pense que vai ser um passeio vender a Copel”.
“Estaremos a partir de desta próxima semana enviando correspondência conjunta, um Manifesto conjunto avisando aos dirigentes dos 519 sindicatos filiados às nossas centrais sobre o que está acontecendo pois ninguém está sabendo de nada. Todos irão receber informações detalhadas sobre o assunto, pois essa luta deve unir todas as categorias e toda a população paranaense como aconteceu em 2001. A nossa orientação será que eles informem do problema suas categorias. E que as mobilizem para comparecer nas audiências públicas que a Assembleia Legislativa do Paraná realizará em primeiro lugar em Francisco Beltrão, dia 01 de junho, mas depois em Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Guarapuava. Está todo mundo muito irritado e surpreso, pois ninguém estava sabendo que o Ratinho está querendo fazer essa loucura que seria vender a COPEL”.
Para Messias da Silva, que representou a UGT, que possui 207 sindicatos filiados no Paraná, as centrais sindicais estão unidas e comprometidas com essa luta desde o começo.
Outro dirigente, Alexandre Húngaro da Silva, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB, que conta com a maior quantidade de sindicatos de trabalhadores rurais, deixou claro que os sindicatos de trabalhadores serão orientados a em cada cidade, além de suas categorias, também informar aos vereadores, igrejas, paróquias, entidades religiosas de outros credos, associações esportivas, associações de moradores e as associações comerciais e industriais, os clubes de serviço como Rotary e Lions, pois “Nem os empresários paranaenses estão sabendo do aumento de tarifas que o governo estadual está preparando com essa venda”
“A vontade de Ratinho lucrar com a inflação e aumentar a arrecadação do ICMS, que sobe quando subir a tarifa é tão grande que o governo não está avisando nem os próprios empresários, sobre essa venda do controle acionário da COPEL. Os trabalhadores irão ser prejudicados, mas os empresários também, perdendo espaço para as indústrias de outros estados, mas eles sempre podem resolver seu problema, demitindo trabalhadores quando a inflação reduzir o consumo” concluiu Alexandre.