Novo presidente do TRF-4 manda indireta a Moro: "imparcialidade vem 'entronizada' no caráter de um juiz"

Fernando Quadros e Sergio Moro (Foto: Divulgação/TRF4 | Geraldo Magela/Agência Senado) ---- Em discurso na cerimônia de posse, Fernando Quadros disse que "Judiciário deve ser discreto e agir somente quando chamado". Clima é de mudança na inclinação lavajatista do tribunal ------- 247 - O desembargador Fernando Quadros, novo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), mandou indiretas ao ex-juiz suspeito Sergio Moro (União Brasil-PR) em discurso na cerimônia de sua posse no cargo, ocorrida neste sábado (24), informa a colunista Bela Megale do jornal O Globo. Durante sua fala, em claro recado a Moro, Quadros afirmou que "a imparcialidade não precisa ser lembrada, pois já vem entronizada no caráter de quem opta pela magistratura". Vale lembrar que Moro foi declarado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos casos envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, além disso, mantinha relações irregulares com o próprio TRF-4 enquanto comandava a 13ª Vara Federal de Curitiba, a da Lava Jato. Ainda em seu discurso, o novo presidente do TRF-4 se manifestou contrário à narrativa da 'anti-política' promovida por pessoas como Moro e Deltan Dallagnol, que ajudaram a disseminar entre a população uma repulsa à classe política brasileira. "Pode parecer fora de moda, mas acredito que a classe política, depositária do voto popular, é quem deve merecer nosso respeito, e quem deve fazer as escolhas fundamentais. O Judiciário deve ser discreto e agir somente quando chamado. São os ideais que defendemos", disse o desembargador, com mais uma indireta no final de sua fala. Quadros ainda chamou de “amigos de mais de 40 anos” os advogados de Lula, Manoel Caetano e Luiz Carlos Rocha, que acompanharam o presidente durante o período em que ele esteve preso injustamente em Curitiba. A colunista também noticiou que "a entrada de Quadros no comando do TRF-4 é vista no meio jurídico como uma mudança completa na inclinação lavajatista que dominou o tribunal quando Moro foi juiz em Curitiba".