Claudia Pechstein. Foto: Michael Kappeler -----
Publicado por Caroline Stefani - ADCM -----
O discurso da política conservadora Claudia Pechstein gerou incômodo na Alemanha devido a associações, ainda que de forma indireta, ao nazismo. Vestida com um uniforme policial, ela defendeu medidas mais duras contra a imigração e de um modelo de família “tradicional”. Com informações da Folha de S.Paulo.
Além de ser policial e ex-candidata ao Parlamento pelo partido de centro-direita, Pechstein foi patinadora de velocidade e é uma das mais conhecidas atletas alemãs dos últimos tempos.
“Converso com frequência com meus colegas policiais, e estamos de acordo que é preciso ajudar quem precisa de ajuda. Mas quando as pessoas vêm até aqui, pedem asilo, e um juiz decide que elas não têm esse direito, então não entendo porque elas continuam aqui”, disse a ex-atleta durante um evento da CDU, principal sigla conservadora do país.
A policial relacionou os imigrantes em situação irregular na Alemanha à criminalidade. “Resolver esse problema traria mais segurança ao dia a dia das pessoas. Usar o transporte público e precisar olhar para os lados com medo é um problema que afeta a rotina de muitos, principalmente mulheres idosas”, disparou.
As falas de Pechstein e principalmente sua decisão de participar de um evento político fardada geraram grande polêmica na Alemanha. O país assiste a uma nova onda de ascensão da extrema direita, e qualquer alusão ao passado nazista provoca fortes reações.
Políticos de esquerda, ativistas e parte da imprensa alemã consideraram as declarações preconceituosas e racistas.
Pechstein também usou o discurso para defender o conceito de família “tradicional”, formada por homem e mulher. “Uma família intacta ainda é um exemplo para a maioria dos alemães. As crianças do país enfrentam muitos problemas, e por isso elas querem não apenas um bom emprego, mas uma família tradicional com mãe e pai. A política da CDU precisa acima de tudo se ocupar dessa família tradicional”, disse.