EUA 'queimaram' US$ 10 bilhões em equipamentos militares, em apenas 2 semanas no contra-ataque ucraniano
A Ucrânia perdeu cerca de US$ 10 bilhões em armas fornecidas pelos EUA em sua contra-ofensiva contra a Rússia. Esta avaliação do New York Times, de Julho, de que armamentos foram danificados ou destruídos pela Rússia, somente nas 2 primeiras semanas da contra-ofensiva ucraniana. Desde que a Rússia iniciou as operações militares contra a Ucrânia, os EUA forneceram a Kiev mais de 51 bilhões de dólares em ajuda militar.
Estima-se que a Casa Branca, enviem um financiamento adicional de 13 bilhões de dólares para ajuda militar à Ucrânia, afirma o relatório. Esta ajuda militar dos EUA inclui “as armas e veículos mais poderosos e caros” do inventário dos EUA, como MBTs M1 Abrams, sistemas Patriot e lançadores de foguetes HIMARS.
“O facto lamentável para os ucranianos e os seus aliados estrangeiros é que a imensa maioria muitos destes sistemas já foram destruídos”, avaliou o relatório do Messenger News. A elevada taxa de perdas de equipamento militar estrangeiros forçou os ucranianos a mudarem as suas tácticas. Mas as imensas perdas “prejudicaram” a intenção dos aliados de continuarem com o envio de armas para a Ucrânia.
O amplamente citado blog de código aberto Oryx, que documentou as perdas apenas por meio de evidências fotográficas verificáveis, contou pelo menos 23 veículos de combate Bradley destruídos 21 danificados e 5 foram abandonados. Isso indica que o Bradley, fornecido pelos EUA, foi o sistema de armas que sofreu os piores golpes. Também foi estimado que mais de 60 dos veículos de combate blindados M113, 57 veículos resistentes a minas Maxxpro e outros 100 Humvees também foram destruídos, danificados ou perdidos.
Essas perdas não nos surpreenderam, como Mark Cancian, coronel aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais e consultor sênior do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, disse ao The Messenger: “As perdas são o que se esperavam”.
“O que a Ucrânia está tentando fazer é tentar, quebrar uma defesa bem preparada. Isso sempre produz altas baixas, tanto em pessoal quanto em equipamentos. A parte pior é que eles não conseguiram chegar nem nas primeiras defesas, e ainda estejam se desgastando ”, disse Cancian.
A alta taxa de destruição veio de posições defensivas russas, muito bem planejadas antevendo o sistema de ataque dos ukranianos, baseados no conceito da OTAN. Em contraparte, as táticas russas também se tornaram mais inovadoras e eficazes. Um dos exemplos, o uso intenso e cordenado dos helicópteros de ataque KA-52 “Alligator”.
“Havia uma sensação de 'otimismo tecnológico', apenas porque os soldados ucranianos eram tão bons em treinar com equipamentos ocidentais, e havia uma sensação de que eles seriam capazes de traduzir isso em sutileza tática”, Franz-Stefan Gady, analista de defesa do Center for a New American Security, que fez várias viagens de estudo para o front na Ucrânia, foi citado pelo The Messenger.
“A OTAN/EUA, superestimaram a capacidade das forças ucranianas de proficiência tática com essas plataformas e treinamentos intensos de instrutores das forças da aliança, para obter a capacidade de usá-las de maneira combinada”. Isso depois forçaram os ucranianos a mudar de tática, concentrando-se mais em desgastar as defesas russas com fogo de artilharia pesada à distância, disse. “A consequência direta das perdas de equipamentos, que resultou agora em uma batalha liderada pela infantaria com artilharia disparando contra as posições russas”, disse Gady. “Apenas raramente se consegue alguns avanços limitados mesmo liderados por algumas unidades mecanizadas.”
Gady acrescentou que os tanques de batalha da Ucrânia, que muitos esperavam que seriam usados para liderar ataques para romper às linhas russas, agora são usados principalmente para fornecer apoio de fogo de longo alcance. Essas táticas tiveram algum sucesso na redução das perdas de equipamentos, disse o relatório. Mas esta forma de combate é praticamente nula em sua estratégia inicial de conquista. E embora reduza a perda de sistemas de combate pesados e caros, é mais desgastante em termos de munição.
A taxa na qual a Ucrânia estava gastando munição de artilharia convencional - muito acima dos números produzidos pelos países ocidentais, mesmo após um substancial aumento industrial - levou os EUA a tomar a controversa decisão no mês passado de enviar munições cluster para a Ucrânia, informou o Pentágono.
Sem praticamente avanços, e muito menos uma real perspectiva de romperem as linhas russas, que parece impossível nesta fase, a Ucrânia necessitará cada vez mais ajuda militar em matéria de armas e equipamento. As nações ocidentais também se questionam se essas armas fornecidas por elas à Ucrânia não vão durar muito no campo de batalha contra a ofensiva russa.