Mais de duas mil pessoas participaram neste domingo, 22, na Praça da Paz em Foz do Iguaçu, de ato pelo fim do massacre dos palestinos mortos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia no Oriente Médio. "Não sei quantas vítimas, quantas milhares de pessoas vão morrer para o mundo acordar e para o mundo determinar e decidir resolver esse problema. Essa, na verdade, é nossa posição nesse dia abençoado", disse o sheik Oussama El Zahed, líder da mesquita sunita Omar Ibn Al-Khattab.
Foz do Iguaçu e a região da tríplice fronteira tem a segunda maior comunidade árabe na América do Sul com mais de 20 mil pessoas, a maioria libanesa de primeira, segunda e terceira gerações. Segundo o empresário Fawzi Abdallah, da Sociedade Árabe-Palestina Brasileira, os palestinos na região passam de 200 pessoas.
A comunidade árabe tem forte presença em Foz do Iguaçu. Além de empresários e comerciantes, são médicos, professores, dentistas, engenheiros, arquitetos e trabalhadores de várias categorias. Foz tem duas vereadoras de descendência árabe: Anice Gazzaoui (PTB) e Yasmin Hachen (MDB) e o vereador Adnan El Sayed (PSD).
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Comunidade árabe---
O cirurgião-dentista, Faisal Ismail, foi presidente da Acifi (associação comercial e empresarial) por dois mandatos até 2022. A cidade tem duas mesquitas (sunita e xiita), escolas, açougues, padarias, restaurantes e outros estabelecimentos exclusivamente árabes.
"Queremos acima de tudo, a paz. Temos que pregar a paz, defender que a ONU busque uma solução de paz e que evite a morte de crianças, mulheres e idosos. Não é possível que o mundo ainda conviva com este conflito onde está praticamente levando ao extermínio um povo que tem uma história milenar e que infelizmente está sendo agredido permanentemente", disse o prefeito Chico Brasileiro (PSD), que participou da manifestação.
Chico Brasileiro também destacou que a tríplice fronteira é formada por mais de 70 etnias e que não há na região qualquer conflito étnico, racial ou religioso. "Vivemos em paz. Conhecemos a comunidade árabe e palestina. São pessoas empreendedoras, pessoas de bem, que estão gerando empregos, ajudando a desenvolver Foz do Iguaçu", disse.
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Mortes ---
"É o nosso compromisso estar ao lado dessas famílias que hoje estão muitas enlutadas, com tantas mortes naquela região, atingindo principalmente aquelas os indefesos como crianças, jovens, mulheres, doentes e idosos", completou o prefeito.
Segundo o Ministério de Saúde Palestino, mais cinco mil palestinos já morreram em 15 dias de ataques israelenses e 47% das mortes são de crianças e adolescentes. "Agradecemos ao povo brasileiro, agradeço nossos irmãos de todas as religiões pelo apoio pela manifestação de justiça, porque é uma causa humana, não é causa de um país ou de um povo, mas sim, de uma causa humana", disse o sheik Oussama El Zahed.
Na manifestação em Foz do Iguaçu, as pessoas carregavam bandeiras do estado palestino, cartazes e fotos das crianças vítimas dos ataques israelenses. No Paraná, os atos foram realizados ainda em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa. No jogo do Coritiba e Palmeiras neste domingo em Curitiba, a torcida do Coxa se solidarizou ao jogador argelino Islam Slimani, atacante do time paranaense, que defendeu os palestinos e foi atacado nas redes sociais.