Mulher palestina carrega criança na Faixa de Gaza após ataques israelense. Foto: Mahmud Hams/AFP -----------
Publicado originalmente no blog do autor --------
O regime sionista de apartheid isolou por completo a Faixa de Gaza. Cortou comida, água, remédios, socorro e comunicações, e deixou o território na escuridão na ilusão de conseguir esconder o Holocausto do povo palestino.
Israel isolou do mundo inteiro o minúsculo território de 365 km2 da Faixa de Gaza onde aprisiona, confina e asfixia 2,3 milhões de prisioneiros num verdadeiro Auschwitz.
Nem mesmo a ONU consegue acesso ou comunicação com os moradores de Gaza. Israel bloqueou inclusive o sinal de satélite do território.
Funcionários das Nações Unidas, da Unicef, da OMS, de outras agências internacionais, assim como voluntários de organizações humanitárias, estão incomunicáveis devido ao bloqueio total – além de por terra, mar, ar, também pela comunicação cibernética. Sequer é possível saber, nessas condições, se estão vivos, mortos ou feridos.
Na escuridão covarde, e alimentando a ilusão de que o mundo inteiro não ficará sabendo do Holocausto, Israel vai realizando bombardeios e ataques arrasadores.
Milhares de edifícios e residências foram explodidas. Viraram escombros debaixo dos quais jazem milhares de palestinos assassinados covardemente.
A maioria das vítimas foram crianças, mulheres e idosos – 7 a cada 10 palestinos mortos. As demais vítimas, na quase totalidade, são adultos desarmados.
Nos ataques assassinos, Israel não tem poupado nem mesmo escolas e hospitais. Mata, além de funcionários internacionais, jornalistas, médicos, enfermeiros, socorristas.
Gaza arde e derrete nas brasas do fogo infernal das bombas israelenses.
Guernica será considerada uma caricatura, se comparada com o genocídio e a completa devastação de Gaza pelo apartheid de Israel.
No registro das mais atrozes e monstruosas experiências vividas pela [des]humanidade, Auschwitz passará a rivalizar a liderança com Gaza. A vantagem relativa será apenas a quantidade; a escala.
Mas a proporção de vítimas, a essas alturas, é de relevância secundária, porque a equiparação de tratamento desumano e cruel tanto em Auschwitz quanto em Gaza é total.
Os nazistas tratavam os judeus como “ratos que precisam ser exterminados”, ao passo que os sionistas tratam os palestinos como “animais selvagens que merecem o tratamento correspondente”. Tudo em nome da limpeza étnica; da “purificação” da sociedade supremacista.
O Holocausto de Hitler e o Holocausto em Gaza são idênticos nos métodos abomináveis, no racismo, na desumanização e no nazismo.
Nos estertores do seu império que esperneia antes de morrer, os EUA dobram todas as apostas na barbárie. O complexo bélico-militar estadunidense, com seu capitalismo movido a guerra e destruição, se alimenta desta que será a maior tragédia da humanidade.
Só um levante da consciência humanista mundial será capaz de deter a consumação deste ato que coloca em dúvida definitiva a viabilidade ou não de um ideal humano ético e decente.
Isso se ainda estiver ao alcance alguma possibilidade de deter o desfecho catastrófico, porque tudo já foi muito longe.
É um mundo sem sentido. É um mundo de guerra, dor, morte, fascismo e nazismo. É um mundo capitalista.