por José Gil -----
Chádia é uma palestina de apenas 3 anos de idade. Nesta foto ela está sozinho sentada no chão, encostada na parede de um dos poucos hospitais em Gaza que resistiram aos bombardeios das hordas sanguinárias sionistas.
As mãos de Chádia ainda tremem e os ouvidos estão vibrando pela explosão que derrubou o edifício residencial onde sua família morava.
Esta tremedeira nas mãos e no corpo é novidade para a pequena Chádia, assim como os tímpanos que soam um apito sem modulação. O cheiro de morte domina o ambiente, mas ele ainda não sabe distinguir odores até então desconhecidos. Em silêncio ela olha para as próprias mãos tentando entender o que está acontecendo, e chora.
Seu olhar de inocência e espanto enxerga corpos sem vida, centenas de feridos, na maioria crianças, expressões de dor e desespero.
Chádia ainda não sabe, e vai levar algum tempo para descobrir que agora ela está sozinha no mundo. Seus pais e irmãos foram todos assassinados pelas bombas de Israel/EUA.
Daqui pra frente Chádia não terá o conforto e o carinho dos pais, não terá parentes, não terá uma casa. Viverá em um campo de refugiados, será criada por uma ONG ligada às Nações Unidas, mas os israelenses já assassinaram mais de 100 funcionários das Nações Unidas que atuavam na região.
Nas próximas semanas Chádia descobrirá que viu o demônio em Gaza, e seu anúncio foi com fogo e cheiro de enxofre das bombas que destruíram sua cidade natal, sepultando em escombros milhares de vítimas inocentes. O demônio sionista e seu aliado o demônio norte-americano semearam fogo, destruição, dor, morte. Reduziram a pó os sonhos de milhares de pessoas cujo único pecado foi despertar a cobiça de ingleses, israelenses e norte-americanos.
Pobre Chádia.
O grito de Gaza.
Artista tunisino Omar Esstar.