Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados) ------
247 – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), expressou forte crítica em relação aos R$ 53 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional para as emendas parlamentares. Em sua declaração ao jornal O Globo, Gleisi classificou o montante como um "ultraje" e enfatizou a necessidade de a sociedade pressionar o Parlamento para conter o avanço na gestão do Orçamento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou parte desse valor, o que gerou reações e reclamações entre os congressistas. Contrapondo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no debate econômico, Gleisi reiterou que o principal foco deve ser o crescimento econômico, não a mera busca por um déficit zero.
Durante a entrevista, a dirigente do PT destacou que os números aprovados para as emendas terão um impacto significativo no discurso eleitoral do partido, que almeja aumentar a quantidade de prefeituras e manter um embate acirrado com o bolsonarismo, especialmente visando as eleições de 2026.
Gleisi lamentou a falta de um planejamento adequado na execução desses recursos, argumentando que muitas vezes eles seguem os interesses individuais dos parlamentares, ao invés de contemplar um planejamento coletivo em prol do desenvolvimento nacional.
Um ponto de destaque na entrevista foi a crítica ao Centrão, bloco político que integra o governo, mas que também recebeu críticas, inclusive da própria deputada. Segundo Hoffmann, o PT não é contrário às emendas parlamentares, porém, elas não devem substituir o papel do governo e devem ser utilizadas com responsabilidade e transparência.
Ao ser questionada sobre a atuação do governo para combater o crescimento exorbitante das emendas, Gleisi respondeu que, infelizmente, a falta de maioria no Congresso impediu uma ação mais enérgica. Ela ressaltou a importância da participação da sociedade para evitar que o Legislativo avance de forma descontrolada em questões que não são de sua responsabilidade constitucional.
Quanto à possibilidade de o PT lançar candidaturas próprias às presidências da Câmara e do Senado, a presidente do partido afirmou que é cedo para falar, mas garantiu que não ficarão apenas como espectadores. A discussão será feita dentro do PT e com os partidos aliados.
No que diz respeito à manutenção da frente ampla de partidos que apoiam o governo para as eleições de 2026, Hoffmann observou que isso será avaliado conforme as circunstâncias políticas do momento, destacando a importância de uma construção coletiva de estratégias para o futuro do país.