Publicado por Jessica Alexandrino - DCM --------
Uma reunião marcada por uma dinâmica golpista veio à tona como base para a recente operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Entre os protagonistas desse encontro estavam membros da alta cúpula militar, como o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército; Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica; e Marcelo Francisco Campos, ex-secretário-geral da Marinha.
O encontro, datado de 5 de julho de 2022, contou com a participação dos mencionados militares, conforme registrado na agenda oficial da Presidência da República. O vídeo integral da reunião foi descoberto nos arquivos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens presidencial, pela Polícia Federal. Nas imagens iniciais, é possível observar Freire Gomes, Baptista Júnior e Francisco Campos entre os ministros do governo Bolsonaro.
A reunião ministerial, realizada no Palácio do Planalto, teve uma duração considerável, estendendo-se das 8h30 às 11h30. O então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, fez menção a uma “linha de contato com o inimigo”, referindo-se à comissão eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral.
Outras declarações feitas durante o encontro aumentaram a controvérsia. O general Augusto Heleno, à frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que supervisionava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), expressou a necessidade de “virar a mesa” antes das eleições, agindo contra certas instituições e indivíduos. Bolsonaro ecoou esses sentimentos, afirmando a urgência de agir antes das eleições para evitar cenários indesejáveis.