por Camila Ribeiro -----
Mais que fakenews, é uma armadilha, uma operação psicológica típica do aparato judiciário americano.
Eles dizem: Estamos tentando chegar a um acordo: Assange admitiria culpa. Nós deixaríamos ele cumprir uma pena "mais leve".
Aí Assange "se recusaria a admitir culpa".
EUA diria: Vejam só defensores de Direitos Humanos, esse Assange é um cara difícil.
O fato é: se EUA quisesse fazer acordo, teria que negociar com o advogado de Assange nos EUA.
O advogado afirmou que não foi informado sobre acordo nenhum.
Pior. É preciso lembrar sempre que estes jornais americanos e europeus (e brasileiros) estão todos dominados pela CIA.
Não apenas as notas de jornais são idênticas, como estão sempre seguindo a mesma linha de argumentação: a argumentação da acusação.
Todo o discurso, em cada detalhe, é um discurso de acusação, difamação, distorção e omissão dos fatos.
Eu publiquei semana passada um texto mostrando a sordidez que é o discurso da Folha de São Paulo na cobertura do caso Assange.
Então, até mesmo se formos noticiar um "não fato" é preciso colocar muito fortemente esse "detalhe" :
EUA representado no processo de extradição em nenhum momento sinaliza que queira fazer um acordo, muito pelo contrário.
Sobre a "notícia" que saiu no Wall Street Journal de um possível aceno de acordo entre Assange e o Departamento de Justiça dos EUA: Assange admitiria culpa por vazamentos (o que seria o mesmo que concordar que jornalismo é crime) e hackeamento (coisa de que ele jamais admitiu e Chelsea Manning mostrou que Assange era inocente):
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Twitter de Stella Assange:
Stella Assange (@Stella_Assange, esposa de Julian Assange e mãe de seus 2 filhos Max e Gabriel) no Twitter:
"Com relação ao artigo de hoje do Wall Street Journal – Declaração de Barry J. Pollack, advogado que representa o Sr. Assange nos Estados Unidos:
Não é apropriado que os senhores advogados de Assange comentem enquanto o seu caso está perante o Supremo Tribunal do Reino Unido, a não ser para dizer que não recebemos nenhuma indicação de que o Departamento de Justiça pretende resolver o caso e que os Estados Unidos continuam com a mesma determinação de sempre a buscar a sua extradição em todas as 18 acusações, expondo-o a 175 anos de prisão.'"
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Campanha Assange:
A "notícia" do Wall Street Journal fede a operação psicológica para fazer a campanha popular parar de se manifestar.
Quais efeitos podem provocar um artifício desses?
Criar montes de especulações nos militantes: será que os juízes britânicos estão sentindo pressão para libertar Assange? Será que por isso a CIA (que é quem controla o Departamento de Justiça dos EUA) acena um acordo para evitar que Assange seja libertado como inocente?
O que fazer?
Cabe a militância pró-libertação de Assange aumentar a pressão pela libertação dele: mais atos, mais conscientização do público.
É nossa única arma.
#JournalismIsNotACrime
#FreeAssangeNOW