Porque é que Sócrates foi morto?

por Geraldo Marteli -------- Sócrates, o maior filósofo de todos os tempos, foi na verdade o homem mais odiado de Atenas. Ele foi acusado de crueldade e corrupção dos jovens. O tribunal do povo, Elias, condenou-o à morte: e Sócrates, uma das mentes mais brilhantes da história, morreu bebendo cânhamo. Mas porquê tudo isto? Acontece que Sócrates não estava a fazer nada perigoso. Ele estava simplesmente a fazer perguntas, a falar com todos: com nobres, com cidadãos comuns, com jovens. Mas as suas perguntas, na sua franqueza, na sua simplicidade, demolem as certezas dos seus interlocutores, forçando-os a confrontar com o vazio das suas próprias certezas, com a inconsistência do seu raciocínio. Ele estava me ensinando a duvidar. Sócrates estava muito desconfortável com as dúvidas que ele inculcou. Ele teve a audácia de expor políticos corruptos e falsos professores que propagaram falsas verdades e falsos conhecimentos. É por isso que ele foi condenado à morte. Ele era uma ameaça ao status quo, um perigo a ser eliminado. Durante o julgamento, Sócrates não quis arrepender-se ou implorar por misericórdia. Ele também se recusou a ser assistido por um orador. A inteligência é desconfortável, isso ensina-nos o processo contra o Sócrates. As massas querem ilusões e não verdade; querem ser lisonjeadas e viver felizes na ignorância. Homens inteligentes são embaraçosos. São proibidos, ostracizados, desprezados, porque perturbam o sono das massas, questionam a autoridade, revelam os enganos das instituições.