Prefeito bolsonarista sugere cortar a cabeça do ministro Alexandre de Moraes

A guilhotina e a estátua. Por Moisés Mendes -------- Ao lado de Jair Bolsonaro (PL), prefeito Fabiano Feltrin sugere “guilhotinar” Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução -------- DCM ------ O que aconteceria comigo se eu sugerisse, como fez hoje o prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin (PL), que o ministro Alexandre de Moraes deve ser guilhotinado? Com ele, bolsonarista da Serra gaúcha, não vai acontecer nada. Mas eu conto para vocês o que aconteceu comigo por ter escrito que não me convidassem para reerguer do chão uma réplica da estátua da liberdade da Havan. Escrevi em 2021 que não participaria de nenhuma ação contra uma estátua de plástico, que era contestada em toda a parte na época. Mas também não faria nenhum movimento para ajudar a levantar uma estátua. Acho que tenho o direito de não ajudar a levantar uma aberração estética que expressa o que foi a era Bolsonaro. Pois fui condenado por ofender o véio da Havan ao ofender a estátua. A estátua foi injuriada. Eu estava incitando a não levantarem a estátua. Não planejei a derrubada de nada. Não incitei. Não patrocinei. Não mobilizei ninguém contra nada. Nem contra a eleição. Nem contra o resultado da eleição. Nem contra o Supremo ou qualquer autoridade. Só não levantaria a estátua. Fui condenado em primeira instância em Brusque, na área cível, depois de ter sido absolvido em duas ações em São Paulo e Porto Alegre, aqui na área criminal. Por que fui absolvido em dois lugares e condenado em Brusque? Porque lá, por pura sorte, o véio vence todas, com raríssimas exceções. Em Santa Catarina, o véio tem muita sorte. E suas estátuas são poderosas. (Agora, a pergunta de um jovem jornalista de Brasília também processado pelo mesmo sujeito: por que nossos colegas têm dificuldade em comentar o assédio do véio a jornalistas? Por medo do quê? Por que as pessoas que comentam o assédio geralmente não são jornalistas? O jornalismo se acovardou mais do que no tempo da ditadura? Um dia, mais adiante, eu vou contar uma história desse repórter que fez a pergunta sobre os colegas encaramujados. É um belo caso de profissionalismo e coleguismo. Como essa história do arquiteto Humberto Hickel, de Canela, que foi em frente, enfrentou o sujeito e conseguiu condená-lo como criminoso. Por bravura e por compromisso com a própria consciência.)