“Problemas por roubar joias”: New York Times destaca golpismo de Bolsonaro

por Augusto de Souza - DCM -------- Bolsonaro em destaque no The New York Times. Foto: reprodução -------------- O jornal estadunidense The New York Times repercutiu, na sexta-feira (5), as acusações feitas pela Polícia Federal do Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), relacionadas ao desvio de joias recebidas como presentes de líderes estrangeiros durante seu mandato. ------------ “Polícia brasileira acusa Bolsonaro de desviar joias sauditas”, escreveu um dos principais veículos dos Estados Unidos na manchete. No subtítulo da matéria, é descrito ainda que o ex-mandatário pode “enfrentar problemas criminais por roubar presentes”. De acordo com duas fontes próximas à investigação, que pediram anonimato para descrever documentos sigilosos do caso, a polícia recomendou que Bolsonaro seja formalmente acusado criminalmente, adicionando mais um capítulo aos seus desafios jurídicos. Conforme relatado pelo “NYT”, a PF acusa Bolsonaro e 11 de seus aliados de tentar manter e vender presentes valiosos recebidos de governos estrangeiros, incluindo joias de diamantes avaliadas em US$ 1 milhão e um conjunto de ouro 18 quilates, ambos presentes da Arábia Saudita. Em um dos casos, a equipe de Bolsonaro tentou vender o conjunto de ouro por US$ 50.000 em uma casa de leilões em Manhattan no ano passado. Além disso, documentos investigativos mostram que dois relógios de luxo foram vendidos em um shopping na Pensilvânia por US$ 68.000, com parte do dinheiro sendo entregue a Bolsonaro. Embora a Polícia Federal utilize o termo “indiciamento”, Bolsonaro ainda não foi formalmente acusado. Cabe agora ao procurador-geral federal decidir se apresentará acusações contra o ex-presidente e o levará a julgamento. Até o momento, tanto o procurador quanto o Supremo Tribunal Federal do Brasil ainda não haviam recebido as recomendações da polícia. O New York Times também destacou que este caso se soma a outros problemas legais enfrentados por Bolsonaro, apenas 18 meses após deixar o cargo. Em março, a Polícia Federal recomendou acusações contra Bolsonaro por um esquema de falsificação de registros de vacinação contra a Covid-19. Antes disso, em fevereiro, a polícia confiscou seu passaporte e ordenou que ele permanecesse no Brasil enquanto investigavam seu papel em uma conspiração para manter-se no poder após perder a eleição de 2022. Bolsonaro chegou a passar duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, aparentemente buscando asilo, conforme mostram imagens de câmeras de segurança obtidas pelo The New York Times.