Família de Marcelo Arruda se indigna com soltura de assassino bolsonarista: "Punhalada pelas costas"

Marcelo Arruda e o assassino Jorge Guaranho. Créditos: Redes sociais/Reprodução ----------- Policial penal, que invadiu a festa de aniversário do petista Marcelo Arruda aos gritos de "mito" e o matou na frente de familiares, vai cumprir pena em casa --------------- por Ivan Longo --- Revista Forum ------ Família de Marcelo Arruda se indigna com soltura de assassino bolsonarista: "Punhalada pelas costas". Policial penal, que invadiu a festa de aniversário do petista Marcelo Arruda aos gritos de "mito" e o matou na frente de familiares, vai cumprir pena em casa Na tarde desta quinta-feira (12), a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná acolheu o pedido da defesa de Guaranho, que alegou problemas de saúde, concedendo-lhe a transferência para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Guaranho, que está preso desde agosto de 2022 no Complexo Médico Penal de Pinhais, é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e pelo uso de meio que resultou em perigo comum. O julgamento do caso está previsto para fevereiro de 2025. Em nota, a família de Marcelo Arruda repudiou a decisão judicial. Pamela Silva, viúva de Arruda, se disse "apavorada" com a situação. “O pior foi escutar o voto dos desembargadores dizendo que o Guaranho, nesse caso, foi uma vítima. Que tipo de vítima? É inadmissível. Nós estamos apavorados com toda essa situação. Colocar um assassino, uma pessoa que não aceita ser contrariado, em liberdade junto à sociedade, é uma lástima. É terrível o que a Justiça fez hoje”, desabafou Pamela. Leonardo Arruda, um dos filhos de Marcelo, também criticou a decisão judicial, descrevendo-a como uma "punhalada pelas costas". “É uma falta de respeito, uma falta de consideração com a família, com os amigos e com as pessoas que buscam e que querem justiça pelo meu pai. É como se fosse uma punhalada pelas costas", declarou. Os advogados da família, Alessandra Raffaelli Boito e Rogério Oscar Botelho, reforçaram o sentimento de angústia. “A família da vítima já não suporta tanto sofrimento, seja pela ausência de Marcelo, ou ainda por não ver seu assassino cumprindo pena pelo crime tão brutal que decidiu praticar”, afirmaram em nota. --------------- Relembre o caso ----- Na noite de 9 de julho de 2022, Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos em uma festa com tema do PT. Em determinado momento, Guaranho, apoiador declarado de Jair Bolsonaro, invadiu o local, resultando em uma discussão entre ambos. Após sair da festa, Guaranho retornou cerca de 10 minutos depois armado e, aos gritos de "mito" [expressão de apoio a Bolsonaro], atirou contra Arruda, que reagiu utilizando sua própria arma. O guarda municipal foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na madrugada seguinte. Ele deixou quatro filhos. Após o ataque, Guaranho foi agredido por convidados da festa e amigos de Arruda. Ferido, foi internado em um hospital de Foz do Iguaçu e, após sua recuperação, foi transferido em agosto de 2022 para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).