Governo Lula desmente fake news bizarra da Gazeta do Povo e Revista Oeste sobre pessoas em situação de rua

Veículos de extrema direita mentem sobre suposto aumento do número de pessoas em situação de rua. Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil ------------ Sites de extrema direita manipulam dados que, na verdade, representam notícia positiva para o governo federal --------- por Ivan Longo --- Revista Forum ------ A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), por meio do canal "Brasil Contra Fake", desmentiu nesta quinta-feira (10) uma notícia falsa que circula entre grupos bolsonaristas, afirmando que o número de pessoas em situação de rua teria triplicado durante o governo Lula. "Com Lula, população de rua cresce três vezes mais rápido no Brasil", diz o título de uma "matéria" publicada no site bolsonarista "Gazeta do Povo", em 4 de outubro. O texto afirma: "Do começo do governo até julho de 2024 – último mês registrado –, o número de famílias vivendo nas ruas no país passou de 194,3 mil para 291,4 mil: 97,1 mil a mais. Os dados são da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome". A mesma informação foi replicada pelo site bolsonarista "Revista Oeste", que divulgou um vídeo em seu canal no YouTube com o título "Número de pessoas em situação de rua triplica no governo Lula". No entanto, essa afirmação é falsa. O que aumentou foi o número de pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), que permite o acesso a programas sociais, como o Bolsa Família, e não o número de pessoas em situação de rua. Esse aumento no CadÚnico ocorreu devido à busca ativa do governo por pessoas em situação de rua que ainda não estavam inscritas. Ou seja, trata-se de uma notícia positiva, distorcida por veículos de extrema direita para parecer negativa. "Os conteúdos maliciosos deduzem equivocadamente um crescimento triplicado na população em situação de rua no país. No entanto, os dados se referem à quantidade de famílias em situação de rua inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) por meio da busca ativa das assistências sociais locais, e não à realidade populacional dessas pessoas", afirmou a Secom. "Os dados abordados de maneira deturpada pelos conteúdos desinformativos referem-se à inclusão dessas pessoas no CadÚnico. Em dezembro de 2022, quando o levantamento do IPEA sobre a população de rua foi divulgado, o sistema da Sagicad registrava 192.175 famílias inscritas no CadÚnico. Esse sistema reflete os esforços dos assistentes sociais para incluir essas pessoas nas políticas públicas de inclusão. A partir dessa inscrição, essas pessoas passam a ter acesso a programas sociais, como o Bolsa Família. Antes disso, elas eram praticamente invisíveis para o poder público em todas as esferas. Desde o início da gestão atual do Governo Federal, 105.896 famílias em situação de rua foram incluídas no CadÚnico", continuou o órgão. O governo ressalta, ainda, que houve, sim, um aumento no número de pessoas em situação de rua no Brasil – mas entre 2019 e 2022, ou seja, durante o governo de Jair Bolsonaro. "Em 2022, uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), divulgada em dezembro daquele ano, estimava um crescimento de 38% na população de rua entre 2019 e 2022, quando atingiu 281.472 pessoas. Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está desenvolvendo pesquisas sobre a população em situação de rua, baseando-se no Decreto 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua".