Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Sérgio Lima/Poder360
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Por Moisés Mendes
- DCM -----
A manchete do Estadão, que ficou na capa da versão online durante toda a tarde de sexta-feira, deixou claro que os banqueiros querem governar no lugar de Lula, com a ajuda, claro, da grande imprensa:
“Banqueiros alertam Haddad: governo não pode fazer populismo com pacote e deve separar IR”
Não precisa resumir, mas o que eles querem é que Lula deixe de propor a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, porque essa não é uma prioridade deles.
Se falar de isenção para a classe média, tem que falar também da tributação dos milionários, e é isso que eles não querem. Querem esquecer as duas coisas.
O compromisso assumido por Lula na campanha, de ampliar a isenção exatamente até essa faixa dos R$ 5 mil, deve sair do pacote que trata de questões fiscais, porque os banqueiros entendem que mandam em Lula.
Essa é a situação. Os banqueiros acham que beneficiar a classe média significa redirecionar recursos que eles, do mercado financeiro, têm como seus para sempre.
Lula está cercado por banqueiros, grileiros, pastores, milicianos e derivados, que agem no Congresso, no Banco Central e nas facções da extrema direita.
E Rodrigo Pacheco e Arthur Lira fazem parte da estrutura mobilizada para sabotar o pacote fiscal, especular com o dólar e empurrar Lula e a Haddad para as cordas.
Direita e extrema direita não querem que a fragilização de aliados alcançados pelas investigações do golpe signifique automaticamente o fortalecimento de Lula.
Bolsonaro e os seus podem ser sacrificados, mas sem que Lula tire proveito da situação com um pacote que contempla demandas da classe média e em tese fortalece o governo.
E a classe média, se ficar sem a isenção dos R$ 5 mil, vai entender que a Faria Lima, velhos e novos banqueiros, grande imprensa e direita e extrema direita no Congresso sabotaram a ideia?
É provável até, sem exagero, que Lula passe a ser identificado como culpado, se a proposta não avançar pela sabotagem dessa gente.
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FESTA -------
Por falar em Estadão, o jornal deu essa chamada na capa, em tom efusivo:
Estadão inicia comemoração de seus 150 anos e prepara eventos e conteúdos especiais
Nos 150 anos do Estadão, não pode ser esquecida, na hora da festa, a adesão entusiasmada do jornal ao golpe de 64.
Nem o engajamento ao golpe contra Dilma em 2016. Que não se esqueçam disso na hora do tim tim.
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Publicado originalmente no “Blog do Moisés Mendes”
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