por
Enilson Simões de Moura - Alemão
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Quando perderam a eleição em 2022 os bolsonaristas não se cansavam de alardear que, em 72 horas, alguma coisa iria acontecer para reverter a derrota. Rezavam para pneus, se agarravam nos pára-brisas de carros, marchavam em frente aos quartéis e até se comunicavam com extraterrestres. Nada aconteceu e, quando as profecias falham, os fanáticos entram em dissonância cognitiva. É um pouco isso que está acontecendo em nosso país com alguns economistas.
Muitos deles “profetizaram” que, com Lula, o Brasil iria afundar. De memória seletivamente curta, se esqueceram do arrocho a que Bolsonaro submeteu os trabalhadores em seus quatro anos nefastos, do calote que deu nos precatórios, das isenções que promoveu em produtos como jet ski e dos auxílios que fez jorrar para ganhar a eleição que perdeu.
Agora, esses mesmos “especialistas” que podem ser encontrados nos nichos comprometidos com o patronato, com a Faria Lima, gritam que “o mundo vai acabar” se não continuar a “jornada 6x1”. Na Globo News, por exemplo, Camarotti questionou a deputada Érika Hilton se, implementada essa PEC, os preços não iriam subir. Ora, exatamente o mesmo argumento usado pelos escravagistas quando da Lei Áurea. Nao, Camarotti, o mundo não se acabou pelo fim da escravidão. O Brasil continuou existindo. Só que um pouco mais feliz.
Economistas que ignoram os bons índices econômicos que o governo tem proporcionado, também podem ser encontrados em partidos obsessivamente antipetista. Não fazem análise da política econômica. Fazem militância partidária da forma mais torpe.
Some-se a isso as plataformas que continuam agindo livremente para desinformar. Nessas redes, o “Brasil está por um fio”, “vai virar uma Venezuela”, “está tudo uma m….”. Dizem até que Lula está contra a PEC que proíbe a jornada de trabalho extenuante. Onde encontram essas notícias? No “zap”, é claro. E, se deu no zap, só pode ser verdade, dizem as mentes em dissonância cognitiva.
Assim, nessa economia da tensão permanente, os trabalhadores não podem ter sossego. Qualquer benefício a eles é combatido ferozmente. Querem o trabalhador sem família, sem perspectiva, sem futuro.
Agora, muitos assinam a PEC pensando em esquecê-la no fundo de alguma gaveta. Acessados pelas redes sociais, assinam para “não pegar mal”. Daqui para a frente é com a gente. Ou nós, sindicalistas, apoiamos de todas as formas essa PEC, ou estaremos demonstrando que somos, efetivamente, desimportantes para aqueles a quem dizemos representar.
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*Enilson Simões de Moura - Alemão ---
Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável
Vice Presidente Nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT