Abaixo o Cristo-capital, o Cristo-consumo, o Cristo-institucional! Chega de Cristo-homofobia, de Cristo-racismo, de Cristo patriarcal! Viva o Cristo menino, descalço, rebelde! O Cristo nada europeu, muito menos de olho azul. O Cristo judeu-árabe-palestino. O Cristo que é pedra e não tanque.
Quero o Cristo que andava com os pobres, com prostitutas, com os marginalizados e oprimidos. O Cristo da outra face não! Quero o Cristo rebelde que de chicote na mão invade o templo e expulsa o vendilhão. Chega de Cristo-submissão!
Quero um Cristo que de tão livre, já não precisa ser Cristo, pode ser Krishna, Buda, Ogum, Iemanjá, Maomé, ou Ateu. Pode até mesmo nem ter existido, pouco importa. Quero um Cristo-mulher, um Cristo-negro, um Cristo-vida e não sua negação. Quem sabe até um Cristo comunista ao repartir o pão.
Quero um um outro Cristo possível: pobre, perseguido, humilhado, crucificado, que numa sociedade como a nossa possivelmente estaria morto ou atrás das grades.
Pois esse Cristo foi, é, e sempre será um perseguido político. Quero um Cristo-povo. Mas antes de tudo, quero um Cristo-dignidade. Um Cristo que não veste farda, não veste toga, veste apenas uma única peça: dignidade. Para desespero dos poderosos este Cristo sim está em todas as partes e vocês não terão como conte-lo. Em todo lugar, mas bem longe do Vaticano, dos shoppings e das ceias de Natal consumistas.
Todo apoio aos sem-teto despejados da Ocupação Anyky Lima! Um 2024 repleto de lutas e vitórias!
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Filipe Proença