Tribunal de Contas cobra explicações sobre aluguel milionário de tablets pela Educação

Julio Take - Blog do Take ------ O governo do Paraná está sob intensa pressão para justificar uma decisão controversa envolvendo a locação de 25 mil tablets ao custo de aproximadamente setenta e cinco milhões de reais. A Secretaria de Educação, comandada por Roni Miranda, tem até esta quinta-feira, 19, para apresentar respostas convincentes ao conselheiro Durval Amaral, do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O contrato, que prevê o aluguel dos equipamentos por trinta e seis meses, tem sido amplamente questionado. Isso porque, com o mesmo valor, seria possível adquirir os dispositivos em vez de alugá-los, gerando uma economia significativa para os cofres públicos. O ponto levantado pelo TCE é direto: por que optar pelo aluguel quando a compra seria claramente mais vantajosa para o Estado? A pressão aumentou ainda mais no início da semana, quando o conselheiro Maurício Requião sugeriu a suspensão imediata do contrato. Até o momento, o TCE aguarda a defesa do governo para tomar uma decisão definitiva sobre o caso. Transparência e economicidade em xeque Especialistas em administração pública destacam que a decisão do governo parece ignorar dois princípios fundamentais: a transparência e a economicidade. Esses pilares deveriam guiar qualquer uso de recursos públicos, especialmente em áreas sensíveis como a educação. Críticos da gestão de Ratinho Junior (PSD) veem a medida como um exemplo de desperdício de dinheiro público. “A quem interessa a locação, se o investimento direto seria mais eficiente? Esse é mais um caso de má aplicação dos recursos da educação”, questiona uma fonte ligada à oposição. Impactos para as escolas estaduais Os tablets, destinados às escolas estaduais, poderiam ser ferramentas fundamentais para modernizar o ensino e ampliar o acesso à tecnologia. No entanto, o alto custo do contrato levanta dúvidas sobre a real eficácia dessa medida. A polêmica também reacende o debate sobre as prioridades na gestão dos recursos da educação no estado. Enquanto isso, educadores e gestores escolares aguardam uma solução que realmente beneficie os estudantes e evite prejuízos ao orçamento público. O desfecho dessa disputa será decisivo para definir a credibilidade do governo estadual perante a sociedade. Com o prazo para explicações prestes a vencer, a expectativa agora recai sobre a apresentação de justificativas que possam esclarecer a escolha do aluguel milionário em detrimento da compra dos equipamentos.