Morreu José, o homem que ficou esperando por atendimento médico.
Morreu na fila, aguardando a dignidade que se atrasou.
Morreu ali, sentado, encostado no canto da sala de espera, bem no fundo.
Morreu aos 32 anos, esperando o respeito que, naquela noite, não estava de plantão.
Morreu assim, sozinho, como tantos outros Josés.
Morreu em silêncio, sem ajuda, mas agora já sem a dor e sem o medo.
Morreu José e, junto com ele, morre um pouco de cada um de nós.
Desculpe, José... desculpe...
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texto de Hélio Helio Marconcini Jr
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