Educação em crise no Paraná: professores temporários enfrentam salários miseráveis e precarização crescente
Site O Expresso ------------
A situação dos professores da rede pública do Paraná expõe um cenário alarmante de precarização profissional e desvalorização salarial. Com mais de 50% dos educadores contratados como temporários, sem estabilidade e plano de carreira, a realidade enfrentada diariamente nas escolas está longe de ser digna. Muitos desses profissionais atuam há mais de duas décadas nesse regime, submetendo-se anualmente a processos seletivos para garantir suas aulas no ano seguinte.
O salário-base para 20 horas semanais é de R$ 2.210,27, com acréscimos de auxílio-transporte de R$ 445,66 e uma gratificação variável de R$ 423,16. Porém, benefícios como o auxílio-transporte e a gratificação são cortados em períodos de férias, no 13º salário e durante afastamentos médicos. A partir de 2025, a gratificação dependerá do desempenho dos alunos na Prova Paraná, o que pode reduzir a remuneração mensal a apenas R$ 2.655,93 antes dos descontos previdenciários.
Para driblar os baixos salários, a maioria dos professores opta por jornadas de 40 horas semanais, dobrando os valores recebidos, mas enfrentando jornadas exaustivas que comprometem sua saúde física e mental. Mesmo assim, os rendimentos continuam próximos do salário mínimo regional de R$ 2.134,88, instituído pelo próprio governo estadual para o próximo ano.
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Comparações que refletem a desvalorização
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A desvalorização salarial dos professores é agravada por uma mentalidade que nivela a profissão por baixo. Muitos educadores jovens, por falta de melhores referências, consideram a remuneração adequada ao compará-la a atividades como caixas de supermercado e atendentes de call centers. No entanto, especialistas apontam que os parâmetros de comparação deveriam ser outras profissões de alta complexidade e relevância social, como médicos, juízes e pesquisadores.
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Governo sob crítica
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A gestão de Ratinho Júnior no Paraná tem sido alvo de duras críticas por tratar os professores como trabalhadores de baixa prioridade. A política salarial do estado parece ignorar a relevância da educação como pilar do desenvolvimento social e econômico, o que desestimula os profissionais e compromete a qualidade do ensino público.
Para muitos, o estado está no caminho de um colapso educacional, com professores abandonando a sala de aula em busca de alternativas mais dignas. A pergunta que fica é: como o Paraná pretende construir um futuro promissor se continua a tratar seus educadores com tamanho descaso?
A crise no Paraná é um retrato de um problema nacional que exige ações concretas e urgentes para valorizar os professores e resgatar a dignidade da profissão. O silêncio dos governantes pode custar caro às futuras gerações.