Em 2009 na ONU Kadadi rasgou a Carta da ONU, denunciando a farsa dos governos imperialistas naquele organismo.
-----------------
por Clovis Pacheco F. -----------
A ação de Khadafi tornou a Líbia o país com o maior IDH da África, e um dos mais elevados de todo o mundo, graças ao monopólio estatal total do petróleo. Com os recursos e direitos reconhecidos ao povo estava atraindo muitos emigrantes.
A Líbia, entre 1969 e o ano 2000 mais que duplicou sua população, por crescimento vegetativo -- as crianças sibreviviam mais -- e por imigração: o bem-estar atraía imigrantes, árabes e negros. Para um negro africano islâmico era muito melhor ir para a Líbia que para a Europa.
O resultado foi o ódio ocidental, duplo ódio: Khadafi não abria o país à exploração capitalista ocidental e ainda oferecia um excelente nível de vida ao povo, estimulando desejos de emulação nos demais países petroleiros. Era um mau exemplo...
Daí os levantes estimulados, aproveitando velhos ódios e rivalidades tribais de beduínos e berberes, já que Khadafi ainda não havia conseguido reunir numa só nação a verdadeira federação de tribos que desde sempre ocupavam as bordas do Mediterrâneo.
Tais comunidades tribais já não conseguiram se unificar nos tempos da conquista italiana de 1913 na Guerra Ítalo-Turca, como reação ao imperialismo italiano, até a derrota fascista de 1944, quando o Ocidente inventou o Reino da Líbia, outorgando a coroa a Ídris, o chefe da confraria islâmica dos Senussitas.
Era um reizinho de opereta, submisso ao capitalismo ocidental. Khaddafi o derrubou em 1969 e começou a criar a nação líbia unificada, tarefa que acabou interrompida com a tragédia que conhecemos.