A métrica furada de Moro: combate à corrupção ou teatro político?

Este é o senador Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato. ----------------- por Esmael Morais em seu blog --------- Sérgio Moro distorce fatos ao atacar STF e minimizar danos da Lava Jato ----------------- A operação Lava Jato, a maior investigação anticorrupção do Brasil, custou mais do que recuperou e deixou um rastro de desemprego e desmonte econômico. No entanto, o ex-juiz Sérgio Moro, hoje senador, insiste em uma narrativa que ignora as consequências devastadoras da operação, atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que corrigiram abusos da justiça. Nesta semana, Moro mirou o ministro Dias Toffoli, que anulou decisões da Lava Jato que afrontavam a Constituição Federal. Em suas redes sociais, o ex-juiz disparou: O condenado confessa os crimes, celebra acordo de colaboração, devolve aos cofres públicos dinheiro que afirma ser produto de suborno e, anos depois, tudo é anulado por ministro do STF com base em fantasiosa nulidade. Depois reclama-se de ‘conversa de boteco’ quando o Brasil despenca no ranking de corrupção da Transparência Internacional. A prevenção e o combate à corrupção foram esvaziados pelo Governo Lula e seus aliados. -----------------
Lava Jato: um esquema bilionário sem transparência ---------- Ao contrário do que Moro sugere, o Tribunal de Contas da União (TCU) estima que a Lava Jato movimentou R$ 22 bilhões sem qualquer transparência. Parte desse montante veio de acordos de leniências e colaborações premiadas, muitas delas firmadas sob coerção e sem o devido processo legal. Além disso, a autoproclamada ONG Transparência Internacional, sediada na Alemanha, esteve envolvida na tentativa de criação da chamada “Fundação Dallagnol”, um fundo privado de R$ 2,5 bilhões para gerir dinheiro da Petrobras, ideia que foi vetada pelo STF. O suposto “combate à corrupção” também teve um custo altíssimo para o Brasil: a Lava Jato destruiu ao menos 4 milhões de empregos formais entre 2014 e 2021. O país perdeu no período equivalente a 4% do PIB, enquanto empresas como Odebrecht e OAS, responsáveis por grandes projetos de infraestrutura, foram pulverizadas do mercado. ---------------- Moro e a farsa da “métrica” anticorrupção ------------ A “métrica” de combate à corrupção que Moro tenta vender ignora que o Brasil perdeu muito mais do que ganhou. O foco da Lava Jato nunca foi corrigir falhas institucionais ou criar mecanismos duradouros contra a corrupção, mas sim um projeto político de desmonte econômico e perseguição seletiva. O discurso de Moro sobre “leniência” e “recuperação de recursos” é um engodo que desconsidera os prejuízos irreversíveis para a economia nacional. Hoje, o ex-juiz posa de vítima do sistema, enquanto tenta capitalizar politicamente sua atuação na Lava Jato. --------------- Corrupção como fetiche no capitalismo --------------- O fetiche do combate à corrupção se tornou uma ferramenta de manipulação no jogo político, sem qualquer compromisso real com a ética ou a justiça social. Enquanto isso, figuras como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, que se venderam como “heróis”, com apoio e narrativa da velha mídia, a despeito dos danos econômicos causados ao país. A corrupção é uma realidade do sistema capitalista, onde a lógica do lucro se sobrepõe ao interesse coletivo. Enquanto o Brasil não enfrentar essa raiz estrutural, operações como a Lava Jato continuarão sendo usadas como pretexto para disputas de poder e destruição da soberania econômica. A financeirização deixou o sistema capitalista mais corrupto do que era.