As mentiras sobre terroristas na Tríplice Fronteira se repetem, e desta vez com um novo componente farsesco.
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No passado essa mentira foi usada várias vezes para enfraquecer o turismo e o comércio local e transferí-lo para Miami, conforme várias denúncias do então vereador de Foz do Iguaçu, Mohamad Barakat, ex-secretário de Indústria e Comércio. Ele alertava para a campanha de mentiras e difamações orquestradas para transferir para Miami os milhares de turistas
que trazem divisas e geram rendas e empregos na região da Tríplice Fronteira, "uma
região estratégica com potencial de vir a ser a capital do Mercosul", afirma Barakat.
Nos últimos dias as causas para a campanha de difamação da Tríplice Fronteira mudaram. Alguns políticos bolsonaristas desesperados com a iminente prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro tentam buscar apoio do governo Trump oferecendo em troca a criminalização da região da Tríplice Fronteira. Procuram demonstrar subserviência total à política equivocada de combate ao terror fictício, mesmo que isso custe causar desemprego e prejuízos comerciais e econômicos aos seus próprios cidadãos. Não passam de irresponsáveis traidores dos interesses dos seus próprios eleitores. Patriotários e não patriotas.
Bolsonaristas dizem ter feito chegar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a visita do condenado Netanyahu a Casa Branca, a preocupação sobre a suposta presença de "terroristas" do Hamas e do Hezbollah na tríplice fronteira Brasil, Paraguai e Argentina. Acusações sem nenhuma prova. E ainda temos que considerar que aquela região tem o maior número de agentes da CIA e do Mossad do nosso continente, não necessitando, portanto, de fofoqueiros.
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por José Gil, ex-presidente do Conselho Nacional de Cineclubes.