por Julio Take em seu blog -------
População enfrenta racionamento e autoridades cobram soluções urgentes da Sanepar
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A escassez de água que atinge Ponta Grossa, no Paraná, acendeu um alerta para o risco de colapso hídrico em outras cidades do estado. Durante sessão na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) na segunda-feira (10), o deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição, denunciou a gravidade da situação e cobrou ações imediatas da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Segundo ele, a falta de investimentos em infraestrutura agrava o problema, que já afeta milhares de paranaenses.
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Crise se expande: 15 municípios em alerta
Dados do Instituto Água e Terra (IAT) apontam que, além de Ponta Grossa, pelo menos 15 municípios paranaenses registram níveis preocupantes de reservatórios, com redução de até 40% na capacidade de abastecimento. Entre eles estão Castro, Carambeí e Palmeira, regiões que dependem de mananciais afetados pela estiagem prolongada e pelo desmatamento. A Sanepar, responsável pelo saneamento em 345 cidades do estado, admitiu em nota que “a demanda supera a capacidade atual de produção”, mas garantiu que está priorizando obras emergenciais.
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“Água não é mercadoria, é direito”, diz deputado----
Em discurso inflamado, Chiorato criticou a gestão da Sanepar e destacou que a população paga tarifas altas pelo serviço. “A água é essencial para a vida, mas virou um privilégio. Enquanto a Sanepar não investe em tecnologia e ampliação de redes, famílias ficam dias sem abastecimento. Isso é inaceitável”, afirmou. O parlamentar também vinculou a crise às mudanças climáticas e à falta de políticas públicas para preservação de bacias hidrográficas.
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Sanepar promete investimentos, mas moradores cobram transparência----
Em resposta às críticas, a Sanepar anunciou a instalação de novos poços artesianos em Ponta Grossa e a modernização de estações de tratamento. Contudo, moradores relatam que o racionamento já dura semanas. “Ficamos três dias sem água na semana passada. Como confiar nas promessas?”, questiona a dona de casa Maria Santos, de 58 anos. Especialistas alertam que, sem planejamento a longo prazo, o Paraná pode enfrentar cenários semelhantes ao da crise hídrica de São Paulo em 2014.
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O que dizem os números?
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População afetada: Estima-se que 500 mil pessoas já sofram com desabastecimento intermitente no estado.
Investimentos: A Sanepar destinou R$ 120 milhões para obras em 2023, valor considerado insuficiente por entidades ambientais.
Previsão climática: O Simepar prevê chuvas abaixo da média até outubro, o que pode intensificar a crise.
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Chamado à ação----
Enquanto as discussões avançam no Legislativo, organizações sociais pressionam por um plano estadual de contingência. “É preciso fiscalizar a aplicação dos recursos e garantir que a água chegue a todos, especialmente às periferias”, defende Juliana Moraes, coordenadora do Fórum Paranaense de Saneamento Básico. Para a população, a esperança é que o grito por ajuda não precise secar antes de ser ouvido.
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Contexto adicional: A Agência Nacional de Águas (ANA) incluiu o Paraná entre os estados prioritários para monitoramento hídrico em 2023. Enquanto isso, o governo estadual estuda decretar situação de emergência em novas regiões.