Paris - O presidente Emmanuel Macron fez um discurso em rede nacional na noite desta quarta feira, às 20 horas de Paris, 16 horas no horário de Brasília.
Em resumo, ele agravou a tensão com Estados Unidos e principalmente, Rússia.
A Europa vai evitar confronto direto com Washignton, mas vai enfrentar Putin. Isso porque a Europa possui ativos russos e o bloqueio de mais de 200 bilhões de euros desde o início da guerra. Além disso, Rússia também é continente europeu, portanto, são vizinhos potencialmente perigosos, se não alinhados, e ambos são potências nucleares.
França não vai aceitar um acordo de paz mediado por Estados Unidos.
Esse é o primeiro erro.
A União Europeia quer ser a autora de um acordo de paz, porque precisa se reafirmar como protagonista e autônoma no continente, considerando uma desmoralização não conseguir resolver um problema no próprio território.
A França não vai ficar "entre Washignton e o Kremlin".
Macron se recusa a aceitar a paz de um parceiro norte-americano pouco confiável, e de um "ditador", no caso, Putin.
Ficou claro que a França não confia em Trump, e não vai estar ao lado dele.
A França vai investir em armamentos com objetivo claro de defesa e ataque.
Esse investimento vai dobrar, e não vai impactar impostos. Esse será o maior esforço de guerra desde a Segunda Guerra Mundial.
A Europa reivindica o poder de resolver a guerra na Ucrânia.
Esse discurso triplica a aposta, de um continente que não entendeu que, de um lado, tem os Estados Unidos, e de outro, a Rússia, e com ela, China, BRICs e África.
A Europa não deveria ter enviado esse sinal, de falar de paz, mostrando armas. E o fim do discurso de Macron piora tudo.
Macron disse que a dissuasão nuclear é atribuição dele. Ele disse que armas nucleares serão utilizadas em relação às agressões russas, e isso NÃO É algo que se diga neste momento.
A ameaça foi clara, e Macron, com endosso da União Europeia, está jogando o mundo num caminho sem retorno de guerra. Ele, e Zelensky, estão caindo na provocação de Trump, que disse que o ucraniano está jogando o mundo numa Terceira Guerra.
E de fato,
está.
Estamos diante de um grande filtro.