Macron, posando de valente

por Claudio Guedes ---------- Em um momento que até o distópico Donald Trump trabalha pelo fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, assistimos o presidente francês, Emmanuel Macron, indo na direção contrária. Macron fez um discurso belicista e sem aderência à verdade há dois dias, acusando a Rússia e ameaçando-a. Falsa valentia. Não há indício algum que a Rússia pretenda uma expansão de domínio na Europa. Qualquer analista político sério e honesto sabe que na questão da Ucrânia a Rússia reagiu, talvez de forma radical, à provável expansão da OTAN na sua principal fronteira terrestre. Sobre o assunto, quem não o conhece em profundidade, pode se informar lendo Jeffrey Sachs, o liberal norte-americano professor de Columbia University e estudioso de política internacional. A falsa valentia de Macron é apenas uma tentativa canhestra do presidente francês em melhorar sua queda brutal de popularidade interna. Ridículo ao ameaçar com armas nucleares a Rússia, que possui, como é de amplo conhecimento, o maior e mais eficiente arsenal de armas nucleares do mundo. A Ucrânia com todo apoio da Europa Ocidental e dos EUA, bilhões de US$ em armas e dinheiro, nada conseguiu contra o controle obtido pela Rússia no Donbass e consolidado na Criméia, nos três últimos anos de conflito. Nada. Como sempre afirmamos, a solução do conflito passa por negociação diplomática, como tentaram China e Brasil, e não possui solução militar. A Ucrânia não tem como derrotar a Rússia militarmente. Os líderes europeus atuais, fracos e vacilantes, seguem a presidente da UE, Úrsula von der Leyen, no seu antagonismo viceral à Rússia e sua proposta estúpida de fomentar uma corrida armamentística na Europa. Mais diplomacia, menos armas, é o caminho.