por Miguel Castelo Branco -------
Quinhentos mortos e dois mil feridos, eis o resultado dos bombardeamentos que ontem se abateram sobre a inerme população de Gaza. O mundo cala e não fosse a indomável coragem dos iémenitas e a sólida determinação dos iranianos em denunciar tamanha carnificina de inocentes desarmados, as reacções limitar-se-iam a sonsas notas diplomáticas vazias de conteúdo. Sinceramente, não se compreende que mutismo é esse que trata de esgravatar rebuscos palavrosos para não agir e punir severamente um exército criminoso. Ai, se fosse a Rússia a exercer a força bruta sobre populações civis, o coro de chorosos e chorosas de conveniência seria ensurdecedor e por cá já o inútil MNE, o lerdo parlamento e a frívola comunicação social, mais os seus lobistas avençados, teriam explodido em algazarra, arrancar de cabelos e dedos em riste contra tal crime bestial. O embasamento de uma relação saudável com a realidade será, pois, o de não calar, não ter medo de denunciar, não misturar vítimas e assassinos, quaisquer que estes sejam.
