por João Lopes no face --------
As mais recentes revelações da Polícia Federal sobre a fraude bilionária no INSS escancaram a atuação articulada da mesma organização criminosa que tentou um golpe de Estado e que, cinicamente, no Parlamento clama por anistia.
No centro da trama está Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como operador financeiro do esquema. Ele movimentou, segundo a PF, mais de R$ 53,5 milhões desviados de entidades associativas que, sob o pretexto de defender os interesses dos aposentados, aplicavam descontos ilegais diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Antunes é sócio de 22 empresas - 19 delas criadas a partir de 2022 -, muitas registradas com o mesmo endereço, telefone e CNAE, numa clara tentativa de burlar mecanismos de rastreio e fiscalização. Quatro dessas empresas foram diretamente utilizadas para lavar os recursos desviados.
Mas o Careca não operava sozinho. A estrutura envolvia servidores do INSS e, principalmente, figuras nomeadas estrategicamente no governo do Jair, o Mito. Entre os principais beneficiários do esquema está Virgílio de Oliveira Filho, então procurador do INSS, apontado como peça-chave da engrenagem corrupta. Ele foi nomeado em 2019 por Bruno Leal, à época secretário especial de Previdência e Trabalho no superministério de Paulo Guedes - o “Posto Ipiranga” do capitão. A fidelidade de Leal ao projeto de poder lhe garantiu, pouco depois, um prêmio à altura: o cargo de advogado-geral da União, conferido por Jair.
A fraude operada entre 2019 e 2024 atingiu cifras de até R$ 6,3 bilhões, com a Polícia Federal identificando repasses de ao menos R$ 17 milhões a ex-diretores do INSS e pessoas próximas, muitos com relações diretas com o governo do Messias do lumpemproletariado. A engrenagem da Orcrim do Jair funcionava com precisão: da nomeação de aliados estratégicos à montagem de empresas de fachada, da cooptação de servidores ao saque sistemático de aposentados - os mais vulneráveis.
#NuncaFalha. Jair pode estar fora do Planalto, mas o legado da sua quadrilha ainda sangra os cofres públicos. A cada operação da PF, o Mito se consolida como candidato ao título de maior bandido da história republicana. Um recorde digno de Guinness.
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*Texto redigido a partir de notícias vinculadas por diversos meios, especialmente o excelente “Desmascarando”.
Do Sergio Alarcon