CORONEL MACGREGOR: "ATAQUE DOS EUA AO IRÃ FOI ESTUPIDEZ"

Coronel Douglas MacGregor, ex-assessor do governo dos EUA e analista militar, sobre os bombardeios dos EUA no Irã ---------------------------- "No dia 21 de junho, um dia que ficará marcado na memória, o presidente Trump liderou o povo americano na guerra contra o Irã. A mensagem de Trump para os americanos? Atacar as três instalações nucleares do Irã é tudo o que as Forças Armadas dos EUA têm a oferecer. A menos, é claro, que os iranianos tenham a ousadia de revidar. Nesse caso, Trump promete destruir o Irã. Ridículo. Washington lançou sua própria “operação Pearl Harbor”. O Poder Aéreo e Naval dos EUA executou ataques ensaiados contra alguns alvos iranianos "críticos". Em seguida, as Forças Armadas americanas recuaram, aparentemente esperando a capitulação de Teerã, assim como os japoneses em dezembro de 1941. A mentalidade de Trump ecoa o pensamento de Israel quando atacou o Irã na semana passada, mas o Irã não entrou em colapso após o ataque surpresa israelense. E Teerã não capitulará aos movimentos iniciais de Washington. As avaliações iniciais da eficácia dos ataques sugerem que nada de relevante foi destruído. As instalações? Desprovidas de pessoas. Vazias de centrífugas e urânio enriquecido. Mas a ausência de danos? Isso ainda não é relevante. É uma pergunta que ninguém em Washington se importa em responder. O mundo agora aguarda a resposta do Irã. Os líderes de Teerã não são imprudentes nem impetuosos. Seu contra-ataque será deliberado e provavelmente decisivo. E não se engane, o Irã contra-atacará. E o fará de maneiras que Washington não espera. Por quê? Teerã controla a supremacia política e moral. Israel violou o direito internacional. Desenvolveu um programa de assassinatos em massa em Gaza. Apoiou o regime assassino liderado pelo ISIS na Síria. Matou cristãos. Matou outras minorias. (Foi) um ataque não provocado de Israel ao Irã. Esses são fatos incontestáveis. A escalada é inevitável, mas o Irã, e não Washington, a controlará. Lembram-se dos Houthis do Iêmen e da guerra com a Arábia Saudita? Eles atacaram os campos de petróleo sauditas. Repetidamente. Agora, o Irã tem um alcance muito maior. Muito mais mísseis balísticos. Usinas de dessalinização. Do outro lado do Golfo Pérsico, os Houthis estão ao alcance de ataque. Eles também estão ao alcance de ataque dos mísseis iranianos. Milhões dependem deles para obter água. O parlamento iraniano acaba de votar pelo fechamento do Estreito de Ormuz. Os mercados só reagirão na manhã de segunda-feira. Mas entrarão em pânico. Inevitavelmente, os preços do petróleo dispararão. As consequências financeiras para os americanos? Eventualmente, devastadoras. Todos os dias, um em cada cinco barris de petróleo flui pelo Estreito de Ormuz. Washington passou seis meses bombardeando os Houthis. Depois, jogou a toalha. Abandonar a guerra com o Irã não será tão fácil. O primeiro-ministro russo Medvedev alertou que muitos países estão agora dispostos a transferir tecnologia nuclear para o Irã. Regra simples. Países com armas nucleares não são bombardeados. Veja a Coreia do Norte. Países sem armas nucleares? Eles são bombardeados. Iraque, Líbia e, agora, o Irã provam isso. Esta é a lição universal para o mundo além das fronteiras dos Estados Unidos. O parlamento iraniano votou pelo fechamento do Estreito de Ormuz, mas Teerã não precisa fechá-lo formalmente. As companhias de navegação o farão. Se o risco de perda de petroleiros for muito grande, as seguradoras insistirão. O fornecimento mundial de petróleo diminuirá e o impacto nas indústrias que dependem de derivados será desastroso. Esta é a verdadeira "avaliação dos danos da batalha". As consequências serão sentidas por décadas. Trump acaba de convidar a guerra para os Estados Unidos. Agora, os americanos precisam se preparar para isso. Dezenas de milhões de estrangeiros cruzaram nossas fronteiras ilegalmente entre 2020 e 2025. Washington é tola ao ignorar a alta probabilidade de que células terroristas islâmicas adormecidas estejam aqui. Sem dúvida, os cartéis de drogas ficarão felizes em cooperar com eles contra as autoridades americanas. Dietrich Bonhoeffer, um pastor alemão que resistiu ao regime de Hitler e acabou sendo executado pelos nazistas, disse que o mal carrega o germe de sua própria subversão. Mas, contra a estupidez, Bonhoeffer alertou que os bem-intencionados são sempre indefesos. Bonhoeffer explicou o porquê: "Contra a estupidez, somos indefesos. Nem protestos nem o uso da força resolvem nada aqui; razões caem em ouvidos moucos; fatos que contradizem o próprio preconceito simplesmente não precisam ser acreditados – nesses momentos, o estúpido chega a se tornar crítico – e quando os fatos são irrefutáveis, são simplesmente descartados como inconsequentes, incidentais. Em tudo isso, o estúpido, em contraste com o malicioso, é completamente autossatisfeito e, sendo facilmente irritável, torna-se perigoso ao partir para o ataque." A classe política dominante de Washington, não apenas o presidente Trump, decidiu apoiar Israel incondicionalmente em sua guerra contra o Irã. Entrar em guerra quando e onde Israel dita, e pelos motivos que Israel decreta, é estúpido. É pior do que estúpido. É estupidez em pernas de pau. A guerra de Israel pela supremacia judaica no Oriente Médio fracassará, e Washington agora fracassará com ela. A guerra contra o Irã fracassará porque a guerra é injusta e o mundo garantirá que ela fracasse." -------------------------------------- NOVO MÍSSIL IRANIANO EM AÇÃO https://www.facebook.com/share/v/1ER5VP8JP4/