por Chico Alencar -------------
Homens antes valentões, sequiosos para permanecer no poder, não compareceram ao interrogatório dos oito réus do "Núcleo Crucial" do golpismo.
Tentativa de golpe? Jamais. 8 de janeiro? Vandalismo de "pobres coitados". Minuta golpista? Meras "considerações", de geração espontânea, com vistas a... nada. Acampamentos pedindo intervenção militar? Manifestações democráticas, que minguavam.
Frente a perguntas embaraçosas, "não lembro", "não vi", "não tenho conhecimento". Memória seletiva.
Aqueles homens ontem humildes e suaves nem pareciam os saudosistas do regime de 64, da censura, da tortura, do terror oficial.
Ficaram escondidos os truculentos que tramaram um golpe, articularam "neutralizar" oponentes, invadir a sede da PF, desacreditar as urnas, anular as eleições, inviabilizar o governo Lula.
Todos com a boca emitindo falsidades - só o general Heleno, não mentiu, porque se recusou a falar. Todos com o rabo preso.
O réu dos réus, Bolsonaro, no palanque do autoelogio,
com roupagem de “bonzinho”, admitiu o “temperamento explosivo”. E não negou que “trocou ideias” sobre Estado de Defesa, de Sítio ou GLO com seus colegas de farda, por "coleguismo" e "desabafo".
Inelegível até 2030, mostrou seu desprezo pela Justiça até na piada de convidar Moraes para ser seu vice.
Por fim (mas não por último...), Bolsonaro lembrou que no 8/1 estava na Flórida, "passando mal". Por isso, só se manifestou às 22h15 (hora de Brasília), quando tudo já estava contido. Difícil não acreditar que foi uma demora interessada, para ver "que bicho dava". Vai que...
Pro golpe, "não havia clima, oportunidade, base sólida" - constatou. Então, se "pintasse um clima", não estaríamos aqui!
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#GolpismoNuncaMais
