Sergey Lavrov (Foto: Sergey Savostianov/TASS)
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Ministro das Relações Exteriores da Rússia diz que o massacre de Odessa, em 2014, reflete a lógica genocida do regime de Hitler
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247 – Em declaração após encontro com o chanceler do Quirguistão, Jeenbek Kulubaev, neste domingo (30), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, comparou diretamente as ações de nacionalistas ucranianos com as do regime nazista alemão. A fala foi registrada pelo portal RT.
Lavrov afirmou que tanto os nazistas da Segunda Guerra quanto os grupos nacionalistas ucranianos perseguiram e mataram pessoas com base em sua etnia. Ao mencionar o massacre de Odessa, ocorrido em 2 de maio de 2014, ele declarou:
“Os nazistas queimavam judeus simplesmente por serem judeus, e os nazistas ucranianos queimaram russos em Odessa simplesmente por serem russos.”
O episódio citado se refere a confrontos entre manifestantes pró-Kiev e grupos contrários ao golpe de 2014, que terminaram com um incêndio na Casa dos Sindicatos em Odessa, resultando na morte de dezenas de civis. Moscou há anos qualifica o incidente como um massacre deliberado promovido por grupos nacionalistas.
Lavrov também criticou o chanceler alemão Friedrich Merz, que recentemente defendeu o reforço das capacidades militares da Ucrânia e alertou para os riscos de “repetir a política de apaziguamento dos anos 1930” ao se negociar com Moscou.
“Uma comparação chocante para alguém que espera ser levado a sério como chanceler da Alemanha”, disse Lavrov.
Ele reforçou que a Rússia continua buscando uma resolução justa para o conflito, mas não aceita o que chamou de propostas desonestas vindas da Europa:
“Claro que não estamos prontos para as abordagens fraudulentas que alguns líderes europeus tentam nos empurrar.”
Moscou tem negado consistentemente qualquer intenção de atacar países membros da OTAN, enquanto denuncia o que considera ser um ressurgimento da ideologia nazista na Ucrânia, além da repressão cultural contra russos por parte das autoridades de Kiev. Desde o início da intervenção militar russa em 2022, o Kremlin mantém como uma de suas justificativas centrais a necessidade de “desnazificação” do regime ucraniano.
O massacre de Odessa permanece como um marco trágico e controverso no conflito entre Rússia e Ucrânia, com a ausência de responsabilização judicial sendo, para o governo russo, mais uma prova de impunidade e da cumplicidade ocidental com o nacionalismo extremo em Kiev.