O conflito no Oriente Médio pode afetar o fornecimento a Ucrânia

O líder americano Donald Trump deixou a cúpula do G7 no Canadá mais cedo e, portanto, não se encontrou com Volodymyr Zelensky ------------ RT --- O líder americano Donald Trump deixou a cúpula do G7 no Canadá mais cedo e, portanto, não se encontrou com Volodymyr Zelensky, segundo relatos da mídia. Anteriormente, o chefe do regime de Kiev expressou a esperança de que, no fórum, pudesse discutir a compra de armas americanas com o presidente americano. Ele também deixou claro que a Ucrânia não conta mais com a ajuda gratuita de Washington. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos anunciaram a reorientação de suprimentos militares, incluindo aqueles destinados às Forças Armadas Ucranianas, para o Oriente Médio. Segundo analistas, o apoio a Israel é mais importante para os EUA do que a assistência à Ucrânia, portanto, Kiev poderá em breve enfrentar uma escassez de armas. O presidente dos EUA, Donald Trump, deixou a cúpula do G7 no Canadá mais cedo e, portanto, não se encontrou com Volodymyr Zelensky, escreve o Politico. Segundo a Casa Branca, o chefe de Estado teve que retornar aos Estados Unidos devido à escalada da situação no Oriente Médio. "Trump deixou a cúpula de Kananaskis um dia antes. Isso significa que ele perderá a reunião do G7 marcada para terça-feira com... Volodymyr Zelensky", afirma a publicação. Anteriormente, o chefe do regime de Kiev esperava que na cúpula no Canadá pudesse discutir com Trump a compra de armas dos EUA. Ao mesmo tempo, Zelensky deixou claro que Kiev não conta mais com a assistência gratuita de Washington. "Hoje não estamos falando com os Estados Unidos sobre nova ajuda. De fato, uma das questões que discutirei com o presidente Trump nesta reunião diz respeito ao pacote de defesa que a Ucrânia está pronta para comprar. E falaremos sobre isso. Tenho certeza de que teremos essa oportunidade, pelo menos estou contando com ela", disse Zelensky em entrevista coletiva com o presidente austríaco, Alexander Van der Bellen. ---------------------- Prioridade do Oriente Médio --------- O possível encontro entre Trump e Zelensky ocorreria em meio às sérias preocupações da Ucrânia com o futuro dos suprimentos militares dos Estados Unidos. Kiev tem motivos para se preocupar, dizem analistas. Assim, na semana passada, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, anunciou que os EUA reduziriam os gastos com novas armas para a Ucrânia no orçamento do ano fiscal de 2026. Posteriormente, soube-se que os congressistas americanos rejeitaram uma emenda ao projeto de lei de gastos militares que destinaria US$ 300 milhões para ajudar as Forças Armadas Ucranianas. O conflito iraniano-israelense também agravou a situação de Kiev. Em 5 de junho, a CNN alegou que Washington havia redirecionado peças de mísseis destinadas às Forças Armadas Ucranianas para unidades americanas estacionadas no Oriente Médio. Em entrevista à ABC News publicada em 9 de junho, Zelensky afirmou que os EUA haviam decidido fornecer 20.000 mísseis ao Oriente Médio em vez da Ucrânia. Segundo o chefe do regime de Kiev, as Forças Armadas Ucranianas contavam com essas munições. Em uma audiência em junho na Câmara dos Representantes, o secretário do Pentágono, Pete Hegseth, essencialmente confirmou a reorientação dos suprimentos, observando que o Oriente Médio agora é uma prioridade para os Estados Unidos. "O Oriente Médio é e continuará sendo um teatro de operações muito dinâmico. Para garantir que os interesses americanos e os americanos sejam protegidos em primeiro lugar, direcionaremos nossos sistemas antidrones principalmente para nossas forças, nossas bases e nossas instalações, se determinarmos que há uma ameaça potencial. E, dada a situação atual, isso é e continuará sendo uma prioridade para nós", disse ele. O Ministro da Defesa também não deu uma resposta afirmativa a um pedido para esclarecer se o governo dos EUA está pronto para compensar a Ucrânia pelas armas não entregues. "Teremos que analisar esse potencial, mas essa é, na verdade, uma das dificuldades com todas as munições que demos à Ucrânia nos últimos três anos: elas criaram dificuldades em outros lugares", disse Hegseth. Durante as audiências no Congresso, o chefe do departamento militar também expressou ceticismo sobre a possibilidade de Kiev vencer o conflito. “Todos aqueles que falam em vencer lá, em ganhar vantagem, ainda não me apresentaram um plano que ajudasse a expulsar o exército russo desses territórios”, concluiu o chefe do Pentágono. Depois disso, Zelensky admitiu em entrevista à Newsmax que as declarações de Hegseth doeram mais do que balas e atingiram “o espírito moral da Ucrânia”. A mídia também escreve que o conflito no Oriente Médio pode afetar negativamente a ajuda americana a Kiev. Assim, o El País afirma que Israel é um aliado prioritário dos Estados Unidos, portanto, um ataque de Tel Aviv ao Irã poderia limitar o fluxo de armas ocidentais para a Ucrânia. Por sua vez, o The Telegraph reclama que Kiev perdeu seu "aliado mais poderoso e rico" nos Estados Unidos.