A VERDADE SOBRE DONALD TRUMP: UM PROTAGONISTA NA CULTURA DO ESTUPRO

Via Anita Fernandes Tocafundo -------------- Nos últimos dias, entre suas batalhas contra o PIX, a 25 de Março e o STF, Donald (Adolf) Trump resolveu se manifestar sobre seu antigo comparsa Jeffrey Epstein (1953 - 2019). Se você não se lembra, esse elemento era um especulador financeiro endinheirado, que se tornou mundialmente conhecido por operar uma rede internacional de exploração sexual de meninas menores de idade. As vulneráveis eram coagidas a fornecer serviços sexuais degradantes a seus clientes milionários e bilionários, em atividades frequentemente associadas à violência física e psicológica. Agora, com novas revelações sobre os horrores do esquema, o parceiro de Jair Silvério dos Reis, afirma que nada passou de um "hoax" (uma farsa) forjada pelos Democratas e por seus antigos aliados do MAGA (agora classificados como traidores covardes). Na verdade, em 2008, na Flórida, como resultado de um acordo judicial, o próprio Epstein se declarou culpado de conduzir uma jovem à prostituição. Pegou 18 meses de prisão e cumpriu 13, em regime semi-aberto. Pena branda se considerados os crimes cometidos. Em 2019, Epstein foi detido de novo e indiciado pelo tráfico sexual de dezenas de meninas menores de idade, algumas com 14 anos de idade, tanto em Nova York quanto na Flórida. Enquanto aguardava julgamento, deu sinais de que poderia entregar os nomes de seus parceiros e clientes. Em 10 de agosto daquele ano, virou arquivo queimado. Apareceu morto em sua cela no Metropolitan Correctional Center, em Nova York. Teoria da conspiração? Não. As câmeras da prisão foram desligadas. Parte da vigilância sumiu e funcionários falsificaram registros da ronda regular pelos pavilhões. Agora, segundo Trump, as narrativas sobre seu parceiro são invenções plantadas por Barack Obama, James Comey e Joe Biden. Para Donald Trump, é tudo "coisa chata e entediante". Aproveitou para rejeitar os pedidos públicos, inclusive de ex-apoiadores, para que fossem revelados os nomes dos clientes de Epstein. Nada de novo. Em 2016, uma mulher identificada pelo codinome Jane Doe, afirmou que Donald Trump a teria estuprado em 1994, durante uma festa em Manhattan organizada por Epstein. Na época, ela tinha apenas 13 anos de idade. De acordo com Jane, Trump a barbarizou. Desferindo-lhe golpes violentos, ameaçou matá-la se contasse a alguém sobre aquela relação. Teria dito que, em caso de denúncia, assassinaria também os familiares da menina. Segundo ela, Epstein teria repetido as mesmas ameaças. O processo, no entanto, foi retirado em novembro de 2016, pouco antes das eleições presidenciais. O motivo: segundo os advogados, a vítima foi ameaçada e passou a temer por sua vida. A ação foi originalmente protocolada em três ocasiões distintos, por diferentes advogados, com testemunhos juramentados anexados, inclusive de uma mulher identificada como "Tiffany Doe", que assegurava ter presenciado os abusos. Trump é figura carimbada no submundo do sexo corrompido. Em maio do ano passado, em um tribunal novaiorquino, ele foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de registros empresariais. A justiça concluiu que ele utilizou documentos falsos para encobrir o pagamento de US$ 130 mil à atriz pornográfica Stormy Daniels. O objetivo era silenciá‑la sobre uma suposta relação sexual ocorrida em 2006. Em janeiro de 2025, ele recebeu uma “unconditional discharge”. Isso quer dizer que continua um criminoso, com 34 registros de delito, mas não receberá penas de prisão nem precisará pagar multa. Mas não para por aí. Desde os anos 1980, mais de 20 mulheres acusaram Trump de estupro, assédio sexual, toques inapropriados e beijos forçados. Uma dessas denúncias diz respeito à invasão de camarins de concursos de beleza, inclusive de adolescentes, no Miss Teen USA. Na gravação de bastidores do “Access Hollywood” (2005, revelada em 2016), Trump se gaba de que, por ser famoso, podia “agarrar as mulheres pela vagina”. A jornalista e escritora E. Jean Carroll, por exemplo, afirmou que, em 1996, Trump a estuprou em um provador da loja Bergdorf Goodman, em Nova York. Em 2023, na sequência do caso, Trump foi condenado pelos crimes de abuso sexual e difamação. Teve de pagar US$ 5 milhões. No ano passado, foi condenado a pagar mais US$ 83 milhões por difamá-la novamente. Mesmo diante de evidências irrefutáveis e inúmeros testemunhos, Trump afirma que nunca de comportou de modo incorreto e que é alvo de uma "caça às bruxas". É o mesmo termo que usa para constituir a condição de vítima a seu protegido Jair Silvério dos Reis. Este, não por coincidência, é o homem do "pintou um clima" com adolescentes, conhecido pela misoginia e pelo histórico de agressões a mulheres." -------------------- Texto do Jornalista Walter Falcet