Começa a principal cúpula do Sul Global, com Lula recebendo líderes do BRICS no Rio de Janeiro

Presidente Lula ao receber Li Qiang, da China, para a Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro-RJ - 05/07/2205 (Foto: Reuters) ----------------- Começa a principal cúpula do Sul Global, com Lula recebendo líderes do BRICS no Rio de Janeiro ------------------ Evento ocorre em meio a tensões geopolíticas espalhadas pelo globo, enquanto governo brasileiro tenta obter consensos em áreas crucias para o Sul Global ------------ por Leonardo Sobreira no Brasil 247 ------ 247 - A principal cúpula do Sul Global começa neste domingo (6), com o Brasil na presidência do bloco de países emergentes BRICS e um mundo em crise. Em meio à crescente instabilidade geopolítica, o Brasil abre, nesta manhã, a 17ª Cúpula do BRICS, o principal encontro de chefes de Estado da "Maioria Global". À frente da presidência rotativa do bloco, o país vem buscando superar a turbulência para construir consensos em temas estratégicos elencados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como prioritários: sustentabilidade, reforma do sistema financeiro internacional e governança da (IA) Inteligência Artificial. Entre sábado (5) e esta manhã, alguns dos principais líderes mundiais continuam a desembarcar na Cidade Maravilhosa para o evento, que será realizado no Museu de Arte Moderna (MAM). A cúpula ocorre até a segunda-feira (7). Contudo, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, não comparecerão, tendo enviado à Cúpula, respectivamente o chanceler Sergey Lavrov e o primeiro-ministro Li Qiang. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também não comparecerá. Em seu lugar, já chegou ao Rio o chanceler Abbas Araghchi. O encontro acontece poucos dias após os ataques lançados pelos Estados Unidos e por Israel contra o Irã—país que ingressou no BRICS em 2024 e busca agora sinais concretos de apoio político dos demais membros. O BRICS condenou os ataques recentes à República Islâmica e defendeu uma solução diplomática e um Oriente Médio livre de armas nucleares. Paralelamente, a guerra da Otan contra a Rússia na Ucrânia persiste, enquanto o cenário internacional foi recentemente sacudido pelo recrudescimento dos conflitos armados na República Democrática do Congo e em Mianmar. A pressão de Washington contra o avanço do BRICS se soma a esse contexto de instabilidade, mas não tem sido capaz de conter o ímpeto transformador do bloco. Na agenda da Cúpula do BRICS O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, destacou as discussões sobre o aprofundamento da cooperação econômica, a promoção do comércio intra-BRICS e o desenvolvimento de sistemas de pagamento alternativos para reduzir a dependência de moedas ocidentais. A agenda abordará temas como cibersegurança, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e o conflito no Oriente Médio. Outros assuntos em pauta incluem a integração de critérios ESG (sigla em inglês para 'Ambiental, Social e Governança'), padrões para o uso de hidrogênio verde como fonte de energia, descarbonização, combate à desigualdade e o desenvolvimento urbano resiliente ao clima. ------------ Sobre o BRICS ---------- O bloco—originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul—ampliou suas fileiras nos últimos anos. Além do Irã, juntaram-se aos cinco fundadores países como Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Nações como Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão figuram como parceiras do grupo, de acordo com as informações mais recentes. Hoje, os países do BRICS, de acordo com dados da Sputnik, representam cerca de 48,5% da população global e 39% do PIB mundial. --------- Lula no comando -------- Desde 1º de janeiro deste ano, o BRICS está sob a presidência rotativa do Brasil, guiada pelo lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável". Administrar a do bloco expansão é outro grande desafio da presidência do Brasil para consolidar o mecanismo de cooperação multilateral, que pretende modificar a atual arquitetura global de poder, ainda dominada por interesses das potências ocidentais, em detrimento da maioria global. https://www.facebook.com/share/v/16YacifmaV/