"Kids pretos" que matariam Lula são interrogados pelo STF

STF ouve "kids pretos" do Exército que matariam Lula no plano "Punhal Verde e Amarelo". Créditos: Exército Brasileiro/Divulgação/Marcelo Camargo/Agência Brasil ---------------------- Corte ouve réus do "núcleo 3" da tentativa de golpe, composto por militares, da ativa e da reserva, que executariam o plano "Punhal Verde e Amarelo" --------------- por Ivan Longo na Revista Forum -------- O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta segunda-feira (28) os interrogatórios dos integrantes do chamado "núcleo 3" da tentativa de golpe de Estado, composto majoritariamente por militares de elite do Exército – conhecidos como “kids pretos”, integrantes das Forças Especiais – e um agente da Polícia Federal. Os dez réus são acusados de preparar ações violentas contra autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo era responsável pela execução de um plano terrorista batizado de Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A ação estava marcada para ocorrer antes da posse presidencial, em 15 de dezembro de 2022. Fazem parte do núcleo: o general Estevam Gaspar de Oliveira, os coronéis Bernardo Corrêa Netto, Fabrício Bastos e Marcio Nunes de Resende Júnior, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Sérgio Cavaliere de Medeiros e Ronald Araújo Júnior, além do agente da PF Wladimir Matos Soares. ----------------- Monitoramento, sequestro e assassinato ---------- Os interrogatórios ocorrem após a conclusão da oitiva de testemunhas, e marcam a reta final da fase de instrução do processo. De acordo com a PGR, o núcleo militar era encarregado do monitoramento e da chamada "neutralização" de autoridades, como parte de uma operação coordenada para abolir o Estado Democrático de Direito. Os réus do núcleo 3 respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Com o encerramento dos depoimentos, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abrirá prazo para diligências complementares e, em seguida, terá início a fase de alegações finais, que antecede o julgamento pela Primeira Turma do STF. Na semana passada, o general da reserva Mário Fernandes, réu no núcleo 2, foi interrogado pelo STF e admitiu ser o autor do plano Punhal Verde e Amarelo. Ele alegou, no entanto, que se tratava apenas de um “pensamento digitalizado” que teria impresso por "hábito pessoal".