Ex-servidor do CISLIPA denuncia perseguição e supostas irregularidades
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por Julio Take o expressobr -----------
Um ex-servidor do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (CISLIPA), Marcos Paulo Viana, veio a público para denunciar uma série de supostas irregularidades e alegar perseguição por parte da gestão do órgão. Em um depoimento, Viana afirma que, há pelo menos quatro anos, tem protocolado denúncias junto a diversas entidades, como o Ministério Público, a Câmara de Vereadores, o Tribunal de Contas e as próprias prefeituras, sem que, aparentemente, uma investigação séria tenha sido conduzida.
As acusações de Marcos Paulo Viana se concentram em problemas de transparência e na gestão interna do CISLIPA. Segundo ele, a falta de publicidade dos atos do consórcio impede que outros cidadãos tenham conhecimento dos movimentos da gestão e possam questioná-los. Viana destaca, a título de exemplo, possíveis irregularidades em ações e acordos trabalhistas, além da contratação recorrente de uma mesma empresa para a prestação de serviços de saúde.
O ex-servidor, que afirma não ter qualquer interesse político em suas ações, busca justiça desde que foi demitido do consórcio. Ele reitera que sua postura combativa diante de irregularidades era uma constante, o que teria motivado sua saída da instituição.
Acusação de perseguição e “lista negra”
A denúncia mais grave feita por Viana é a de perseguição pessoal. Ele aponta diretamente o procurador do CISLIPA, Vinícius Vargas, como responsável por uma série de ações que, segundo Viana, estariam prejudicando sua vida profissional. O ex-servidor alega que, assim que consegue agendar entrevistas de emprego, o procurador entra em contato com as empresas para compartilhar “inverdades” sobre sua pessoa.
Ainda no âmbito da suposta perseguição, Marcos Paulo Viana menciona que seu nome pode ter sido incluído em uma lista de “persona non grata” do Município de Paranaguá. Embora não tenha tido confirmação oficial sobre a existência do documento, ele afirma que o fato, se confirmado, traduz um desrespeito e demonstra o uso de tempo público para questões pessoais. A inclusão de uma pessoa em uma lista oficial desse tipo, caso existente, seria um ato incomum.
O procurador Vinícius Vargas teria sido recentemente alvo de um pedido de desagravo público pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conforme relatos de Viana. No entanto, o ex-servidor questiona o foco da discussão sobre o tema, que, segundo ele, não aborda a suposta perseguição que ele próprio sofre.
Falta de respostas e busca por justiça
As denúncias de Marcos Paulo Viana, que agora recorreu ao Poder Judiciário em busca de investigação e transparência, levantam questionamentos sobre a fiscalização dos consórcios públicos. O CISLIPA, que gerencia recursos públicos e presta serviços essenciais, como saúde, a diversos municípios, deveria, por natureza, operar com total transparência. A falta de respostas concretas por parte dos órgãos fiscalizadores, conforme a narrativa de Viana, contrasta com a persistência de suas acusações ao longo dos anos.
A reportagem tentou contato com a gestão do CISLIPA e com o procurador Vinícius Vargas para obter um posicionamento sobre as denúncias, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A luta de Marcos Paulo Viana por justiça e transparência, segundo suas próprias palavras, continuará, mesmo que “a verdade não seja concretizada e compartilhada” de forma imediata.
