KIRK, QUEM DIRIA, VIROU HERÓI DA FASCISTALHA

A VIOLÊNCIA QUE DOMINA OS EUA. ---------------- por Luis Colato -------------- Na última terça-feira, dia 9, Charlie Kirk, amigo próximo de Trump, foi baleado durante uma palestra universitária diante de 3.000 participantes, mas o autor do crime ainda não foi preso. Na quinta-feira, dia 11, o FBI divulgou a imagem de um possível suspeito, pedindo ajuda ao público para identificá-lo. A vestimenta de Kirk, tipicamente a de um fundamentalista ultrarreligioso, com insígnias de militantes de direita no torso, é impressionante. Se confirmadas, essas falsas acusações contra a esquerda como responsável pelo ataque serão confirmadas. Pelo contrário, como frequentemente acontece, outro extremista de direita, protestante, caucasiano e alinhado com a Segunda Emenda é o responsável final. Anteriormente, em um trem, uma influenciadora ucraniana foi esfaqueada no pescoço, sem mais nem menos, pelas costas, e os presentes apenas assistiram ao incidente enquanto a mulher ucraniana morria bem na frente deles, sem que ninguém fizesse nada. Isso deu origem a uma campanha de extremistas para promover tanto a segregação quanto a repressão racial, esquecendo que são os brancos que violam ativamente os direitos das minorias. Esse nível de desumanização corresponde à cultura de violência dominante nos EUA, promovida por lobistas no Senado, onde milhões de dólares são investidos para garantir o comércio de armas, apoiados pelo poder máximo, e sem considerar o número de mortes que isso acarreta diariamente. Esses assassinatos giram em torno de 400 por dia, sendo a maioria das vítimas caucasianas e protestantes, de classe média, como seus perpetradores. Nesse caso, o Sr. Kirk não era um desconhecido, mas sim muito próximo dos poderosos, uma espécie de porta-voz que projetava sua ideologia entre os jovens e privilegiados daquele país. De fato, o próprio Trump anunciou sua morte, destacando como sempre defendeu valores ultraconservadores, justificando a promoção e a posse de armas de fogo como um direito inalienável da população. As ironias da vida. Porque naquele país, basta ter 18 anos para comprar uma arma de fogo, e apenas mais dois anos para adquirir um fuzil semiautomático de calibre militar e obter uma autorização especial para adquirir uma arma automática de longo alcance de calibre militar, com todas as variantes de munição militar, que pode ser adquirida sem qualquer formalidade após a aquisição da arma. De fato, é a principal fonte do tráfico de drogas ao norte da fronteira, que se abastece em feiras de armas que diariamente permitem a livre troca de armas americanas de alto poder de fogo e que, devido ao mercado, carecem de controles sobre sua transferência para as gangues que assassinam a população no México, enquanto os americanos alegam que se trata de um problema mexicano. Toda uma cultura que justifica a matança dentro da visão de liberdade dos americanos, que é justificada pelo seu direito inalienável de acumular riqueza, independentemente do custo.
É impressionante que, sem nenhuma evidência de quem realmente atirou no ativista conservador Charlie Kirk — já que o atirador não foi identificado — Trump tenha acusado diretamente a "esquerda radical" de ser responsável por seu assassinato. Mas que coincidência também, que o assassinato de Kirk tenha ocorrido apenas 24 anos após o atentado suicida às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Da mesma forma, se levarmos em conta que, sem nenhuma evidência real, Trump acusou às pressas a "esquerda radical" de ser responsável por esse assassinato, isso não só é politicamente carregado, mas se assemelha à acusação que o genocida George Bush atribuiu à Al Qaeda pelos ataques de 11 de setembro para declarar uma guerra global contra o terrorismo, a mesma acusação está sendo repetida, mas desta vez contra a "esquerda radical", que Trump tanto teme, e sem nenhuma evidência para apoiá-la. Quem pensa que, por ser um outsider na política americana e não ter participado desses esquemas de autoataques, Trump está completamente enganado. Basta lembrar o autoataque que ele cometeu há quase um ano, quando Ryan Wesley Routh atirou nele, mas a bala passou de raspão na orelha sem causar danos maiores, já que a bala de grosso calibre que passou de raspão na orelha não deixou cicatriz, como pode ser visto hoje. O mais incrível sobre este ataque a Trump é que sua equipe de segurança viu o agressor se posicionar para atirar nele; e, apesar de todas essas evidências, eles não intervieram, permitindo que o atirador atirasse quando tinham o dever de neutralizar o ataque. Portanto, conclui-se que foi um ataque autoinfligido para ganhar popularidade. Não seria surpreendente se o assassinato de Charlie Kirk — logo no aniversário dos ataques de 11 de setembro — tivesse sido um assassinato autoinfligido, precisamente para não apenas acusar a "esquerda radical", mas também para iniciar outra "guerra" — como a contra o comunismo, o tráfico de drogas e o terrorismo — desta vez contra a "esquerda radical". Portanto, não seria surpreendente se, apesar das patéticas demonstrações de sentimentalismo do governo Trump sobre a morte de Charlie Kirk, não fosse um ataque autoinfligido como o 11 de setembro. ------------------- Rolando Prudencio Briancon Advogado