PAÍS CORDIAL

por Edilson Nartins ----------- A direita brasileira, ameaçada, busca anistia ampla, geral e irrestrita. Quer blindar parlamentares bandidos do passado, do presente e do futuro. A elite do país, nosso Congresso, alimentado pela Faria Lima, igrejas neopentecostais, burguesias paulista, nordestina, rentistas, a direita nacional, tudo irmanado, aposta numa " anistia ampla, geral e irrestrita". É a rota de fuga dos covardes, conforme entende o ministro Alexandre de Moraes. As "anistias politicas" têm sido o adubo alimentando os golpes militares, a instauração de perversas e cruéis ditaduras. O mote agora é anistiar Bolsonaro. Seus seguidores golpistas foram lançados ao mar. Ele também. Os filhos estão botando a boca no trombone. O velho, por raso e cansado, feito alguém se afogando, se agarra até a galho de espinheiro. Ney Carvalho, historiador, recentemente levantou a lebre dos assassinatos e mortes que tem têm povoado nossa história e suas respectivas explorações. A tentativa última de Golpe, esta de agora, já começava com o assassinato de três ilustres varões da República. Essas mortes, necessariamente, nem sempre têm procedência política, e no entanto, são exaustivamente exploradas politicamente, terminando por prevalecer a versão construída. Em 1915 Pinheiro Machado era assassinado, desdobrando-se em exploração política. Vargas, derrotado por Júlio Prestes, urnas manipuladas, conforme sempre acontecia, em 1930, na eleição presidencial, teve por vice João Pessoa. Vargas teria ficado anônimo, como político de expressão provincial, RGS, não fora o assassinato de seu vice, e a competente exploração política desse crime. Sem João Pessoa assassinado, num crime passional, sabe-se hoje, certamente não teria havido a vitoriosa Revolução de 1930. A história nem sempre acontece a partir dos fatos, senão das versões implantadas. No assassinato recente de Marriele Franco e seu motorista, a direita o patrocinou. Sim, esses dois assassinatos, às vésperas de uma eleição presidencial, até hoje reclamam punição de seus supostos mandantes. Fechando o texto; existe a lenda, histórica, de que nossa formação tem se forjado na cordialidade. Mentira, lorota. Desde o início somos marcados pela escravização e extermínio dos povos originários. Não esquecer o tráfico de escravos, elegendo nossos barões. E não à toa o Brasil se exibe ao mundo como o país campeão das desigualdades sociais.