ANIVERSÁRIO DO LAÉRCIO SOUTO MAIOR

 


Por Edilson Pereira dos Santos ------------

FIRME E FORTE - Meu amigo Laércio Souto Maior está fazendo aniversário. Oitenta e sete anos. Firme e forte. E saudável. E isto é o que interessa. Pernambucano que veio para Maringá no começo dos anos 60, se tornou um dos principais organizadores da esquerda na cidade. Primeiro com o deputado Federal Renato Celidônio, do PTB. Celidônio foi vice-líder do MDB na Câmara Federal e cassado em 1969 pela ditadura militar.


Com Celidônio fora do cenário político, o grupo de esquerda da cidade juntou-se a raros liberais democráticos na cidade, em torno do nome do advogado liberal Horácio Raccanelo Filho. A bandeira do grupo era a redemocratização. O que naquela época significava algo próximo de subversão. Democracia é uma ameaça para a elite brasileira, porque pressupõe participação popular na política.


O grupo teve votos expressivos, mas nunca conquistou a prefeitura. Em 1982, com a escolha do nome de Raccanelo para Secretário de Justiça do Paraná, Souto Maior mudou-se para Curitiba onde ocupou o setor de Naturalizações da pasta no governo Richa e criou a Universidade do Trabalho no governo de Álvaro Dias.


Está em Curitiba até hoje, aposentado e dividindo o seu tempo com a casa em Pontal do Paraná, no litoral. Amigo de Anita Prestes, filha do lendário líder comunista Luís Carlos Prestes, por conta de sua atuação política, Souto Maior foi preso várias vezes, a última delas em 1975, quando fui visitá-lo na Penitenciária do Ahú em companhia de colegas do curso de Direito da UEM e do professor Francisco Xavier. 


Na foto estamos com o então veterano jornalista e crítico musical José Ramos Tinhorão durante sua presença em Curitiba para falar sobre o que mais sabia: grandes nomes da música brasileira que sequer são mencionados hoje em dia. Dá prazer pegar o livro que Tinhorão me autografou e escolher nomes ao léo e procurar suas músicas no Youtube. Tudo coisa boa, com poucas visualizações.


Tinhorão, entre eu de camisa preta e Laércio, era capaz de brigar com o mundo pela música brasileira. E brigou com muita gente. Muitas vezes com os dois lados tendo razão, o que não deixava de ser engraçado. E muitas vezes com os dois lados não tendo razão, o que não deixava de ser cômico. A foto foi feita pela querida Cidinha Arruda, esposa de Laércio.


Parabéns, comandante! Vida longe e muita saúde.