Velha mídia omite que epicentro do apagão foi na Copel privatizada.
Aneel envia equipe ao PR e apagões expõem fragilidade da Copel privatizada
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por Esmael Morais em seu blog ---------
A Aneel anunciou o envio de técnicos para inspecionar a subestação Bateias, em Campo Largo, apontada pelo ONS como o epicentro do blecaute que derrubou o Sistema Interligado Nacional na madrugada de 14 de outubro.
No entanto, a velha mídia corporativa está escondendo que o epicentro do apagão ocorreu numa subestação da Copel privatizada há dois anos.
O modelo privatizado é falho e é um atentado contra os consumidores do insumo.
A investigação busca entender por que um incêndio localizado foi capaz de provocar apagão em todo o país.
O Operador Nacional do Sistema informou que um reator da Eletrobras, na subestação Bateias, pegou fogo e desencadeou reação em cadeia.
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A interrupção começou às 0h32.
O fornecimento foi restabelecido em até 2h30 em quase todo o território nacional.
A Aneel instaurou processos para apurar responsabilidades administrativas e técnicas das empresas envolvidas.
No Paraná, a crise elétrica não é pontual.
Consumidores urbanos e rurais relatam eletrodomésticos queimados, perdas na produção e demora no atendimento da Copel desde a privatização, em agosto de 2023.
Entidades como FAEP, Fiep e Senge-PR participaram de audiências na ALEP para mensurar prejuízos e cobrar um plano de investimentos e manutenção.
Levantamentos citados por parlamentares indicam ocorrências em 387 dos 399 municípios paranaenses.
O “Apagômetro”, lançado pelo deputado estadual Arilson Chiorato (PT-PR), reúne denúncias e dados regulatórios.
A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT-PR) atribui a piora à perda de memória técnica e à redução de quadros após a desestatização.
A Copel, por sua vez, costuma alegar eventos climáticos e falhas na transmissão.
Especialistas lembram que incêndios localizados não deveriam derrubar uma subestação inteira se as proteções e o seccionamento funcionassem adequadamente.
A auditoria deverá checar redundância, coordenação de proteção entre transmissão e distribuição e protocolos de contingência, além de prazos e indicadores de qualidade.
Há queixas de priorização desigual no religamento em Curitiba e na Região Metropolitana.
Em bairros de alta renda, o retorno da energia virou argumento de defesa do modelo privatizado.
Nas periferias e no interior, a demora se soma à dificuldade de ressarcimento por danos em equipamentos.
O caso recoloca o serviço público no centro do debate.
O Paraná precisa de metas públicas de DEC/FEC, cronograma de obras e transparência regulatória.
Sem um plano robusto de manutenção e investimento, a conta recai sobre famílias, comércio e agroindústria.
Envie relatos, fotos e laudos de danos para fortalecer a fiscalização.